Reunião ocorreu em 3 de junho, na sede da FAPESP (foto: Agência FAPESP)
O objetivo é desenvolver pesquisa em quatro áreas consideradas prioritárias: combate ao greening, doença que ataca as lavouras de cítricos; biocombustíveis; fertilizantes e bancos de germoplasma
O objetivo é desenvolver pesquisa em quatro áreas consideradas prioritárias: combate ao greening, doença que ataca as lavouras de cítricos; biocombustíveis; fertilizantes e bancos de germoplasma
Reunião ocorreu em 3 de junho, na sede da FAPESP (foto: Agência FAPESP)
Agência FAPESP – A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e a FAPESP deram início a uma parceria para apoiar o desenvolvimento de pesquisa e inovação com foco no agronegócio.
“O objetivo de unirmos a Secretaria de Agricultura, que está próxima do setor produtivo e conta com institutos de pesquisa renomados, com a FAPESP é garantir, com mais agilidade, soluções para as demandas do nosso setor”, disse ontem (03/06) o secretário Guilherme Piai durante reunião com o presidente da Fundação, Marco Antonio Zago, e outros membros da diretoria, além de representantes de instituições ligadas ao agronegócio.
No encontro, foi estabelecido um prazo de 30 dias para que a FAPESP e as áreas técnicas da secretaria, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), do Instituto Agronômico (IAC) e do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) – associação privada, representada na reunião pelo seu gerente-geral, Juliano Ayres – elaborem uma proposta para atuação em quatro áreas consideradas prioritárias: combate ao greening, doença que ataca as lavouras de cítricos; biocombustíveis; fertilizantes e bancos de germoplasma.
Zago lembrou que a FAPESP, historicamente, tem apoiado o desenvolvimento da agricultura paulista por meio de projetos, como o do sequenciamento do genoma da Xylella fastidiosa, nos anos 1990, e de programas, como o de Bioenergia (BIOEN), entre outros. “Esse é o setor de maior proximidade com a ciência e a pesquisa e essa parceria direcionará a pesquisa para novos desafios econômicos do Estado”, disse.
Ayres, da Fundecitrus, lembrou a contribuição do Projeto Genoma, inaugurado com o sequenciamento da X. fastidiosa, causadora de doença que, na época, dizimava a citricultura paulista, e que fez avançar a pesquisa nessa área. Com disso, ele disse, a citricultura paulista se recuperou e hoje registra aumento de 100% da produtividade. “Atualmente, a ameaça é o greening”, sublinhou. No Brasil, a incidência dessa doença cresceu 56% entre 2022 e 2023. Nos Estados Unidos, os esforços de controle já consumiram mais de US$ 2 bilhões.
Na área de bioenergia, o secretário enfatizou a importância do setor sucroenergético na transição do Estado em direção à descarbonização. “Dos 10 milhões de hectares de cana-de-açúcar cultivados no Brasil, 6 milhões estão em São Paulo. Temos 180 usinas registradas no Ministério da Agricultura, sendo quase 70 delas a 20 quilômetros de gasodutos já existentes. São Paulo tem o pré-sal caipira, uma preciosidade, na produção de energia renovável e biocombustível.”
A lista de desafios inclui a busca de soluções para fertilizantes, conforme apontou a diretora-geral do Instituto Biológico, Ana Eugênia de Carvalho Campos, e o apoio da Fundação ao gerenciamento e à preservação dos bancos de germoplasma da APTA. De acordo com o subsecretário de Agricultura, Orlando Melo de Castro, o trabalho em parceria com a FAPESP pode impulsionar a otimização dos bancos paulistas. “O apoio técnico e administrativo visa um incremento no aproveitamento desse material genético, otimizando a pesquisa e a inovação no Estado.”
Para o presidente da FAPESP, a parceria para o desenvolvimento de pesquisas nas quatro áreas prioritárias elencadas no encontro deve incluir uma contrapartida do setor privado. Nesse sentido, ele lembrou o exemplo do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) constituído por FAPESP e Shell – e que já conta com novos parceiros, como TotalEnergies, Braskem, Toyota, entre outras, para a produção de hidrogênio a partir do etanol. “Hoje, os investimentos somam US$ 100 milhões: 10% da FAPESP e 90% das empresas.”
Participaram do encontro o coordenador da APTA, Carlos Nabil, o diretor substituto do IAC, Heitor Cantarella, e, pela FAPESP, Raul Machado Neto, assessor da Presidência, Carlos Américo Pacheco, diretor-presidente do CTA, Marcio de Castro Silva Filho, diretor científico, Douglas Zampieri, coordenador-geral de Tecnologias, Parceiros e Inovação.
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