Saúde das cidades sob vigília
21 de junho de 2004

Com a presença do ministro da Saúde Humberto Costa, foi aberto no domingo (20/6) o 6º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, em Olinda. Até quarta-feira, mais de 3 mil especialistas vão discutir como as pesquisas sobre doenças em ambientes urbanos podem ajudar as políticas públicas do setor e a vigilância sanitária

Saúde das cidades sob vigília

Com a presença do ministro da Saúde Humberto Costa, foi aberto no domingo (20/6) o 6º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, em Olinda. Até quarta-feira, mais de 3 mil especialistas vão discutir como as pesquisas sobre doenças em ambientes urbanos podem ajudar as políticas públicas do setor e a vigilância sanitária

21 de junho de 2004

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - A saúde das cidades brasileiras vai estar sob uma espécie de vigília científica até a próxima quarta-feira (23/6) no Centro de Convenções de Pernambuco, em Olinda. O 6º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, nomeado de EPI-Recife (o local das plenárias é bastante próximo da divisa entre as duas cidades pernambucanas) foi aberto oficialmente na noite de ontem, com a presença de milhares de pessoas. O ministro da Saúde Humberto Costa, nascido no Recife, foi o protagonista da conferência de abertura.

"Nesse congresso temos a nata do pensamento científico do setor de epidemiologia. As discussões feitas serão importantes, porque já é possível, inclusive, se raciocinar sobre os caminhos do nosso governo, que vai completar 18 meses", disse o ministro à Agência FAPESP. Segundo COsta, essas avaliações não preocupam, muito pelo contrário. "Não podemos ser arrogantes a ponto de achar que não cometemos erros. Quanto mais contribuições, melhor."

Na conferência inaugural, Costa lembrou que a criação da Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde é um sinal claro de que existe em Brasília uma preocupação com o problema das epidemias. "Estamos preocupados com a tuberculose e a hanseníase, por exemplo. Tiramos essas graves estatísticas que estavam sob o tapete para que elas possam ser enfrentadas", afirmou o ministro para um lotado Teatro dos Guararapes, local da cerimônia de abertura. "Milhões de brasileiros morrem por causa dessas duas doenças todos os anos".

Não foi apenas o maracatu ou as festas juninas que tomam conta do Nordeste nessa época do ano que estiveram presentes na cerimônia de abertura. Nomes importantes da cidade e do Estado - e que de alguma forma estiveram envolvidos com o tema principal do congresso que é epidemiologia - Um Olhar sobre a Cidade, também foram homenageados.

A lista contou com Dom Hélder Câmara, que apesar de ter nascido em Fortaleza em 1909, teve sua obra social construida em Olinda e no Recife até 1999, ano de sua morte. Josué de Castro, autor, além de outras obras, do clássico Geografia da Fome. E ainda do professor e médico Frederico Simões Barbosa, morto em março deste ano. "Um grande ativista da causa sanitária", como disse a professora Ana Bernarda Ludermir, da Universidade Federal de Pernambuco e presidenta da comissão organizadora do evento.

Pelo cálculos dos organizadores, mais de 3 mil pessoas se inscreveram para o congresso brasileiro de epidemiologia. "Além disso, tivemos mais de 3,8 mil trabalhos submetidos, que foram analisados por mais de 200 conselheiros", disse Ana Bernarda, que não deixou de lembrar outros nomes de Pernambuco, como Frei Caneca, João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira. "Temos que manter viva uma das utopias da saúde e, que de certa forma, está relacionada com todos esses nomes. O de querer sempre o bem das populações e das cidades".


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