Lista de espécies vegetais, como o antúrio, que podem ser extintas nos próximos anos em São Paulo tem mais de 1 mil itens
(foto: IBt)
Seminário encerrado nesta terça (14/9), no Instituto Botânico, apresenta a lista oficial de espécies vegetais que podem ser extintas nos próximos anos no Estado de São Paulo. Todos os nomes serão publicados no Diário Oficial até o fim da semana
Seminário encerrado nesta terça (14/9), no Instituto Botânico, apresenta a lista oficial de espécies vegetais que podem ser extintas nos próximos anos no Estado de São Paulo. Todos os nomes serão publicados no Diário Oficial até o fim da semana
Lista de espécies vegetais, como o antúrio, que podem ser extintas nos próximos anos em São Paulo tem mais de 1 mil itens
(foto: IBt)
Agência FAPESP - Uma rápida análise numérica da lista de espécies vegetais ameaçadas de extinção em São Paulo pode levar à conclusão de que a situação está terrivelmente pior agora do que em 1998, ano em que a última listagem havia sido publicada. Na prática, porém, o aumento de 3,4 vezes dos tipos de plantas que sofrem hoje algum impacto ambiental no Estado pode ser explicado por outra ótica.
A nova lista, atualizada por cientistas que participaram de um seminário encerrado nesta terça-feira (14/9), no Instituto Botânico, e que será publicada no Diário Oficial do Estado de São Paulo até o fim da semana, aponta 1.020 espécies vegetais ameaçadas de extinção – faltava ainda a definição sobre algumas poucas plantas. Há seis anos, apenas 300 espécies estavam na lista.
"O aumento do número de espécies ameaçadas reflete a melhora do conhecimento da flora paulista e não que a situação esteja pior", explica Luiz Mauro Barbosa, diretor geral do Instituto de Botânica do Estado de São Paulo, à Agência FAPESP. Além de considerar a metodologia internacional da União Mundial para a Conservação (IUCN), os responsáveis pela lista paulista também criaram critérios específicos para o caso paulista.
Segundo Barbosa, foram adotadas, por exemplo, algumas fórmulas de exclusão da lista, que não existem na metodologia da IUCN. "É o caso da tiririca (Cyperus rotundus), por exemplo, que acaba sendo uma praga aqui em São Paulo. Por alguns critérios da IUCN, explica o diretor do Instituto Botânico, essa planta até poderia entrar na lista de vegetais ameaçados, uma vez que é difícil encontrar exemplares em herbários e museus. "Elas não são encontradas por estarem próximas da extinção, o problema é que não existe muito interesse científico nelas", explica Barbosa.
Da mesma forma que foram criadas maneiras de não se incluir pragas entre as espécies ameaçadas de extinção, os cientistas paulistas se preocuparam com a outra ponta do processo. "Definimos que a ausência de registros novos de determinada espécie nos últimos 50 anos, inclusive em jardins botânicos e bancos de germoplasma, é suficiente para que a planta seja listada", explicou Barbosa
Segundo o pesquisador, entre as categorias previstas pela IUCN, no caso de São Paulo, existem quase 500 espécies vegetais – das 1.020 – que estão no grupo da presumivelmente extintas. Esse é o último degrau antes de elas desaparecerem por completo.
"Mas mesmo aqui, temos resultados positivos. Espécies que estavam na lista de 1998 como extintas foram descobertas, nos últimos anos, em unidades de conservação. Isso ajuda a mostrar a importância dessas áreas para a preservação ambiental", afirmou Barbosa.
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