Estado conta com universidades e institutos de excelência, além de parques tecnológicos, incubadoras e fontes de financiamento para empresas dispostas a inovar, avaliam especialistas (foto: Elton Alisson / Agência FAPESP)

São Paulo tem condições de ser um ecossistema de alto impacto em inovação
05 de outubro de 2017

Estado conta com universidades e institutos de excelência, além de parques tecnológicos, incubadoras e fontes de financiamento para empresas dispostas a inovar, avaliam especialistas

São Paulo tem condições de ser um ecossistema de alto impacto em inovação

Estado conta com universidades e institutos de excelência, além de parques tecnológicos, incubadoras e fontes de financiamento para empresas dispostas a inovar, avaliam especialistas

05 de outubro de 2017

Estado conta com universidades e institutos de excelência, além de parques tecnológicos, incubadoras e fontes de financiamento para empresas dispostas a inovar, avaliam especialistas (foto: Elton Alisson / Agência FAPESP)

 

Elton Alisson  |  Agência FAPESP – O Estado de São Paulo reúne elementos e condições necessárias para se tornar um ecossistema de alto impacto em inovação, a exemplo dos existentes nos Estados Unidos – onde está situado o Vale do Silício –, Israel, Canadá, Inglaterra e Alemanha.

A avaliação foi feita por participantes de um encontro promovido pelo “Movimento pela Inovação” na terça-feira (03/10), na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Idealizado pela Desenvolve SP – agência de desenvolvimento paulista –, o movimento pretende estimular os investimentos em inovação em pequenas e médias empresas, além de em empresas nascentes de base tecnológica (startups).

A iniciativa conta com a participação da FAPESP e de outras instituições, como o Centro Paula Souza, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo (Sebrae-SP), a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de universidades, centros de pesquisas, fundos de investimento e parques tecnológicos.

“Acreditamos que a inovação de ruptura e a geração de startups ‘unicórnios’ [como são chamadas empresas nascentes de base tecnológica que conseguem atingir valor de mercado de mais de US$ 1 bilhão] acontecem em ecossistemas de inovação, como os existentes na Califórnia e em Israel. E São Paulo é a região do Brasil que apresenta as características mais próximas de um ecossistema de alto impacto em inovação”, disse Francisco Jardim, sócio-fundador da SP Ventures.

A SP Ventures é gestora dos recursos do Fundo Inovação Paulista, de capital de risco (venture capital), lançado em 2014 para investir em startups paulistas. O Fundo conta com o apoio e recursos da Desenvolve SP, Finep, FAPESP, Sebrae-SP, Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) e Jive Investments.

O Estado de São Paulo tem seis universidades públicas, além de quatro instituições de ensino superior – sendo duas estaduais e as outras duas federais –, 34 institutos de pesquisa públicos, 18 institutos de pesquisa privados e, segundo a Pesquisa de Inovação (Pintec) 2014, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada em 2016, quase 15 mil empresas que fazem algum tipo de inovação.

Além disso, São Paulo também tem parques tecnológicos, incubadoras (locais que disponibilizam suporte gerencial e tecnológico para empresas inovadoras em produtos ou processos), aceleradoras de startups e, principalmente, fontes de financiamento para inovação, ressaltaram os participantes do encontro.

“Para financiar a inovação é preciso dois agentes fundamentais que até recentemente não tínhamos no Brasil e que São Paulo é pioneiro e talvez um dos únicos estados do país que tem, que são dispor de financiamento da pesquisa de base para uma ideia – que hoje só a FAPESP tem o conhecimento e a expertise para selecionar e alocar recursos em projetos de forma eficiente por meio do PIPE [Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas] - e, depois desse processo de seleção, ter o investimento de capital de risco por instituições como a Desenvolve SP”, disse Jardim.

“Dessa forma, é possível suprir toda a estrutura de capital que uma pequena e média empresa precisa ter durante a trajetória da ideia à concepção de um produto, processo ou serviço, passando pela validação da inovação e sua introdução no mercado, que pode dar origem a uma grande companhia”, avaliou.

Financiamento complementar

Com 20 anos de existência, completados este ano, o PIPE já apoiou 1.788 projetos de 1.100 pequenas empresas de base tecnológica, situadas em 127 cidades no Estado de São Paulo. O programa tem recebido, em média, mais de 800 propostas de projetos nos últimos anos e aprovado cerca de 200 por ano.

Em 2016, o PIPE registrou o recorde de aprovação de 220 projetos – que representa mais de um projeto aprovado por dia útil – e aportou R$ 60 milhões em recursos para financiá-los. Este ano, o recorde deverá ser superado, destacou Fábio Kon, coordenador adjunto de Pesquisa para Inovação da FAPESP, durante o evento.

“Temos recursos para bater esse recorde. Só precisamos de bons projetos. O nosso limitante [para expandir o apoio do PIPE], no momento, é a quantidade de bons projetos bem avaliados pela assessoria científica”, disse.

Muitas empresas apoiadas pelo PIPE recebem investimentos do Fundo de Inovação Paulista ou são apoiadas por outras linhas de crédito para inovação disponibilizadas pela Desenvolve SP, ressaltou Jardim.

“O PIPE, provavelmente, é o programa mais bem-sucedido de financiamento a pequenas empresas com projetos de ciência ou tecnologia aplicada na América Latina”, disse.

“Várias empresas nas quais investimos hoje são ‘filhas’ do PIPE, ou seja, nasceram e desenvolveram sua primeira inovação com apoio do programa, correndo o risco que o mercado de capital privado não está disposto a correr. E o PIPE da FAPESP consegue preencher essa fase de mercado”, disse Jardim.

A carteira de investimentos do Fundo de Inovação Paulista é composta hoje por 20 empresas de alta tecnologia do Estado de São Paulo, atuantes em áreas como a Internet das Coisas (IoT), genômica aplicada, extração de petróleo, desenvolvimento de software e biotecnologia, entre outras. Muitas delas nasceram dentro das principais universidades e instituições de pesquisa paulistas.

“Hoje, a Desenvolve SP tem participação societária indireta em 40 empresas por meio do Fundo de Inovação Paulista e outros quatro fundos de investimentos que criamos ao longo dos últimos anos, com patrimônio de mais de R$ 500 milhões”, disse Milton Luiz de Melo Santos, presidente da instituição.

“Estamos prontos para investir nas empresas que apresentarem um modelo de negócios inovador e altamente competitivo”, afirmou.

Os fundos de investimento em inovação da instituição, criada há nove anos, contam tanto com recursos próprios da Desenvolve SP, como também com repasses da Finep e do BNDES, com quem a FAPESP assinou um acordo de cooperação em 3 de outubro.

O acordo tem o objetivo de ampliar as possibilidades de apoio a pequenas empresas inovadoras e incentivar investimentos em inovação no país, principalmente nas áreas estratégicas de manufatura avançada e IoT. Leia mais em: http://agencia.fapesp.br/fapesp_assina_acordo_com_bndes_para_ampliar_apoio_a_inovacao/26324

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