Imagem de computador mostra como será a USP Leste. O campus será próximo ao Parque Ecológico do Tietê e ao lado da rodovia Ayrton Senna

São Paulo ganha novo campus da USP
25 de fevereiro de 2005

Os 1.020 alunos aprovados para estudar na USP Leste terão o primeiro dia de aula na segunda-feira (28/2). Um dia antes, o governador Geraldo Alckmin, o prefeito José Serra e o reitor Adolpho José Melfi participam da cerimônia de inauguração

São Paulo ganha novo campus da USP

Os 1.020 alunos aprovados para estudar na USP Leste terão o primeiro dia de aula na segunda-feira (28/2). Um dia antes, o governador Geraldo Alckmin, o prefeito José Serra e o reitor Adolpho José Melfi participam da cerimônia de inauguração

25 de fevereiro de 2005

Imagem de computador mostra como será a USP Leste. O campus será próximo ao Parque Ecológico do Tietê e ao lado da rodovia Ayrton Senna

 

Agência FAPESP - As intensas chuvas de verão atrapalharam o cronograma de obras e a inauguração oficial do novo campus da Universidade de São Paulo, inicialmente marcada para 25 de janeiro, aniversário da capital paulista. Mas, agora, não há mais espaço para atrasos: as aulas no campus da USP Leste começam nesta segunda-feira (28/2).

No domingo, às 10h, será realizada a cerimônia oficial de inauguração. Toda a comunidade está convidada. O governador do estado, Geraldo Alckmin, o prefeito da capital, José Serra, e o reitor da USP, Adolpho José Melfi, estarão na festa de inauguração do campus em Ermelino Matarazzo.

Outro discurso programado será o do padre Ticão, ou melhor, Antônio Luis Marchione. O responsável pela Paróquia São Francisco de Assis, um dos principais líderes comunitários da região, foi desde o começo um dos maiores entusiastas da ida da maior universidade pública do país à zona leste paulistana.

Os números do vestibular da Fuvest mostram que a população que mora nos arredores do novo campus aprovou a iniciativa do governo do estado, que investiu até agora R$ 53 milhões na nova unidade – apesar de grande parte das obras ainda estar inacabada. Entre os 1.020 alunos aprovados, quase 300 declararam como domicílio a zona leste. Essa porcentagem, agora de 28%, não chegava a ser de 10% nas edições anteriores de um dos vestibulares mais disputados do país.

Quase 40% dos alunos que freqüentarão a USP a partir de segunda-feira saíram de famílias com uma renda mensal de menos de R$ 1,5 mil. Do total, 44% fizeram cursos dos ciclo básico e fundamental em escolas públicas.

"Não é bem que a população tenha aprovado a iniciativa. Ela correu atrás, lutando de forma incansável pela universidade. A conquista do ensino superior de qualidade, e principalmente público, é um orgulho para todos", disse Katiusca Lopes, assistente e colaboradora do Fórum Permanente Interdisciplinar da Escola de Comunicações e Artes da USP (ECA/USP), à Agência FAPESP. A pesquisadora é uma das autoras do livro USP Leste e seus vizinhos, lançado no fim de 2004 sob coordenação da professora Cremilda Medina.

A presença física de uma universidade com o nome da USP na região leste de São Paulo tem um simbolismo muito grande, segundo a pesquisadora, que viveu entre a comunidade para escrever um dos capítulos do livro, com o título Sonho e prestígio: casamento marcado.

"A esperança de uma oportunidade de melhora social é muito grande quando o assunto é a presença da respeitável Universidade de São Paulo na região leste", disse Katiusca. Para a pesquisadora, o novo campus traz para a comunidade da região o "sonho de fazer uma faculdade, de ter um emprego e de melhorar de vida."

Como também mostra a obra editada pela ECA, que conta ainda com dezenas de autores e faz parte da coleção São Paulo de Perfil, a característica "reclamona" da população extremamente organizada de Ermelino Matarazzo e redondezas acabou sendo fundamental no processo de aproximação entre universidade e comunidade. Por enquanto, a relação tem sido bastante positiva.

Em termos geográficos, a nova unidade da USP está instalada em uma área de 1,25 milhão de metros quadrados ao lado do Parque Ecológico do Tietê. A área construída na primeira fase será de 5,2 mil metros quadrados.

Os alunos matriculados serão divididos em dez novos cursos, que funcionarão dentro da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH): Gestão Ambiental, Sistemas de Informação, Gestão de Políticas Públicas, Marketing, Licenciatura em Ciências da Natureza, Lazer e Turismo, Tecnologia Têxtil e da Indumentária, Ciências da Atividade Física, Gerontologia e Obstetrícia.


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