Artigo que será publicado em junho na Trends in Ecology and Evolution defende que ênfase demasiada nos genes implica negligência do uso de registros fósseis

Saltos evolutivos irreais
01 de junho de 2005

Artigo que será publicado em junho na Trends in Ecology and Evolution defende que ênfase demasiada nos genes implica negligência do uso de registros fósseis

Saltos evolutivos irreais

Artigo que será publicado em junho na Trends in Ecology and Evolution defende que ênfase demasiada nos genes implica negligência do uso de registros fósseis

01 de junho de 2005

Artigo que será publicado em junho na Trends in Ecology and Evolution defende que ênfase demasiada nos genes implica negligência do uso de registros fósseis

 

Agência FAPESP - Qualquer raciocínio científico que queira mostrar o percurso evolutivo dos vertebrados depara com a situação. Nem sempre o fóssil de determinado estágio de transformação entre duas espécies está disponível. Além disso, desde que o funcionamento do DNA passou a ser entendido, as duplicações genéticas são usadas com freqüência para explicar determinadas etapas da evolução.

Para dois paleontólogos britânicos, Phillip Donoghue, da Universidade de Bristol, e Mark Purnell, da Universidade de Leicester, tem se dado muita atenção aos genes e negligenciado a necessidade dos registros fósseis. O ponto de vista da dupla de pesquisadores será publicado na edição de junho da revista Trends in Ecology and Evolution.

Por causa dessa tendência, acreditam os autores do artigo Genome duplication, extinction and vertebrate evolution, alguns dos chamados saltos evolutivos propagados são totalmente irreais. Para a dupla, a explicação mais coerente nesses casos é que os vários fósseis que ajudariam a preencher todo o quadro evolutivo são ainda desconhecidos.

No artigo, novas evidências são apresentadas. O salto evolutivo das lampréias para os tubarões, por exemplo, não ocorreu de um dia para outro e também não se trata de um golpe de sorte, defendem os pesquisadores. As mudanças demoraram mais de 70 milhões de anos para serem consolidadas.

Nesse caso, pelo menos uma duplicação de genes tem que ter ocorrido depois das lampréias e antes dos tubarões. Isso porque a distância anatômica entre os dois organismos é muito grande. "Quando os fósseis são incorporados à árvore evolutiva, surge um desenho bem diferente do que se imagina", escreveram os autores.


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