Para Eduardo Krieger, presidente da Academia Brasileira de Ciência, é preciso centrar esforços para garantir a continuidade dos avanços científicos (foto: E.Geraque)
A ciência brasileira passou por uma revolução nas últimas duas décadas. Para Eduardo Krieger, presidente da Academia Brasileira de Ciência, é preciso centrar esforços para garantir a continuidade dos avanços
A ciência brasileira passou por uma revolução nas últimas duas décadas. Para Eduardo Krieger, presidente da Academia Brasileira de Ciência, é preciso centrar esforços para garantir a continuidade dos avanços
Para Eduardo Krieger, presidente da Academia Brasileira de Ciência, é preciso centrar esforços para garantir a continuidade dos avanços científicos (foto: E.Geraque)
Agência FAPESP - Não existe um indicador quantitativo que revele o contrário. A ciência brasileira passou por uma revolução nos últimos 20 anos. O número de trabalhos indexados, por exemplo, cresceu cinco vezes. Hoje, são produzidos no país e publicados em revistas internacionais mais de 17 mil artigos por ano.
"Um dos desafios agora deve ser com a qualidade dos trabalhos realizados", afirma Eduardo Krieger, pesquisador do Instituto do Coração da Universidade de São Paulo e presidente da Academia Brasileira de Ciência (ABC). "Isso pode começar nos congressos, por exemplo. É preciso que os trabalhos inscritos passem por seleção bastante crítica", disse à Agência FAPESP.
Krieger, que está em Águas de Lindóia para a 20ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Fesbe), foi também o primeiro presidente dessa instituição. Coube a ele fazer a conferência de abertura da reunião na noite de quarta-feira (24/8). "É o momento de comemorar os 20 anos, mas não de ficar olhando apenas para o retrovisor", disse.
Dentro da proposta de elevar a qualidade da ciência brasileira, Krieger acredita que o caminho mais seguro para isso é o da avaliação pelos pares. "Temos que fazer com que os pesquisadores venham aos congressos e avaliem os trabalhos apresentados pelos alunos mais jovens. Outro ponto fundamental é premiar os trabalhos que forem considerados os melhores", sugere.
Dados apresentados pelo presidente da ABC mostram que os indicadores de qualidade da ciência do Brasil, apesar de terem aumentado também nos últimos anos, ainda não chegaram na média internacional. O Brasil está hoje na 17ª posição do ranking da produção científica, segundo números de 2000. Apenas 1,33% da ciência global sai do país.
Na área de biomédicas, enquanto o impacto médio de cada país está em 8,6%, os trabalhos feitos em laboratórios brasileiros são responsáveis por uma taxa de 3,3%, bem abaixo da média. "Isso mostra que precisamos dar mais atenção à qualidade da produção científica", concluiu Krieger.
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