Para Peter Hebert, co-fundador da Lux Research, a capacidade de gerar conhecimento em nanotecnologia se espalha por todo o mundo e não é mais privilégio dos Estados Unidos e Japão, as potências do setor, mas ainda há muitas lacunas a serem preenchidas
Para Peter Hebert, co-fundador da Lux Research, a capacidade de gerar conhecimento em nanotecnologia se espalha por todo o mundo e não é mais privilégio dos Estados Unidos e Japão, as potências do setor, mas ainda há muitas lacunas a serem preenchidas
Para Peter Hebert, co-fundador da Lux Research, a capacidade de gerar conhecimento em nanotecnologia se espalha por todo o mundo e não é mais privilégio dos Estados Unidos e Japão, as potências do setor, mas ainda há muitas lacunas a serem preenchidas
Para Peter Hebert, co-fundador da Lux Research, a capacidade de gerar conhecimento em nanotecnologia se espalha por todo o mundo e não é mais privilégio dos Estados Unidos e Japão, as potências do setor, mas ainda há muitas lacunas a serem preenchidas
Agência FAPESP - A nanotecnologia começa a se delinear como um fenômeno global. Ainda que apenas Estados Unidos e Japão dominem as quatro etapas que movimentam o setor – financiamento, desenvolvimento científico, fabricação em larga escala e comercialização –, o conhecimento não está mais concentrado apenas nesses dois países.
Segundo Peter Hebert, co-fundador da Lux Research, empresa norte-americana que presta consultoria em pesquisas de mercado na área, a capacidade de pesquisa e inovação no universo nanométrico está se espalhando por todo o mundo, em especial pela Ásia e Europa.
Hebert proferiu a conferência de abertura da Nanotec Expo 2006, na segunda-feira (6/11), em São Paulo, intitulada "A nanotecnologia e sua crescente influência no mercado global". Ele apresentou a evolução dos recursos destinados ao fomento do setor nos Estados Unidos, oriundos do governo federal, da iniciativa privada e também de capital de risco. Em 2004 foram investidos US$ 8,6 bilhões, passando no ano seguinte para US$ 9,6 bilhões. De acordo com a Lux Research, o volume de recursos deverá ser de US$ 11 bilhões em 2006.
O consultor elogiou o desenvolvimento da nanotecnologia em outros países, mas destacou as lacunas existentes. "O Reino Unido, por exemplo, tem boas políticas de financiamento e é extremamente inovador, mas ainda não desenvolveu a habilidade suficiente para que os produtos cheguem ao mercado. A França, por outro lado, praticamente não tem financiamento para a área, mas os produtos em escala nano desenvolvidos no país são comercializados com extrema facilidade", disse.
Segundo ele, China e Cingapura também não têm financiamento público e ainda estão aprendendo a inovar, mas contam com um grande diferencial: a produção industrial em larga escala.
"O Brasil já deu um passo importante, ao reconhecer a nanotecnologia como uma oportunidade real de desenvolvimento econômico", disse, destacando a necessidade de investimentos no setor. "Por ser uma área estratégica e que influencia os mais diversos campos do saber, a nanotecnologia requer pesados investimentos públicos."
Para Hebert, Israel e Índia, por sua vez, não demostram sucesso nas etapas de financiamento, fabricação e comercialização, apesar de serem dois potenciais fornecedores de inovações, por meio de universidades e centros de pesquisa.
"Ou seja, ao analisarmos a nanotecnologia como um fenômeno global, ficam claras as várias lacunas existentes. Dos quatro pilares do setor, alguns países estão à frente em financiamento, outros em comercialização ou em pesquisa. Isso reforça a necessidade e a importância de projetos colaborativos envolvendo diferentes países, para que os pontos fortes sejam multiplicados e as lacunas sejam preenchidas", sinalizou Hebert.
Pesquisa e produção
O co-fundador da Lux Research ressaltou que, nos Estados Unidos, o conhecimento capaz de gerar novos produtos tem origem em diversas universidades. "A indústria farmacêutica deu um salto em qualidade graças a parcerias com esses centros de pesquisa. Enquanto as universidades mantiverem o vínculo com as demandas de mercado, a última etapa do processo, o de comercialização, será cada vez mais acelerado e eficiente", apontou.
Segundo Hebert, os gestores norte-americanos e japoneses iniciam seus projetos com base em recursos alocados a partir de necessidades da universidade. "Se o objetivo é agregar valor ao setor econômico de um país, o financiamento para a nanotecnologia deve atender às demandas da academia", defendeu.
O consultor citou um produto desenvolvido na Universidade de Oxford, na Inglaterra, e comercializado pela empresa Oxonica, capaz de melhorar a reação química em motores automotivos. O produto otimiza o consumo de combustíveis e contribui para a diminuição da emissão de gases poluidores no meio ambiente.
"Utilizado em uma frota de 8 mil ônibus na Inglaterra, o produto é responsável atualmente pela economia de US$ 1,9 milhão em diesel por ano. O mais curioso é que a maioria dos usuários nem sabe que a nanotecnologia está sendo utilizada. Chamamos esse efeito de ‘heróis desconhecidos’, ou seja, produtos que causam melhorias que nem sempre são percebidas pela população", comentou Hebert.
Mais informações sobre a Nanotec Expo 2006, que vai até quarta-feira (8/11), no ITM Expo, em São Paulo: www.nanotecexpo.com.br.
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