No Fórum Cultural Mundial, em São Paulo, o antropólogo Nestor Garcia Canclini propõe uma visão mais atenta para a interculturalidade presente na América Latina(foto: UAM)

Ruínas da modernidade
01 de julho de 2004

No Fórum Cultural Mundial, em São Paulo, o antropólogo Nestor Garcia Canclini, da Universidade Nacional Autônoma do México, propõe uma visão mais atenta para a interculturalidade presente na América Latina

Ruínas da modernidade

No Fórum Cultural Mundial, em São Paulo, o antropólogo Nestor Garcia Canclini, da Universidade Nacional Autônoma do México, propõe uma visão mais atenta para a interculturalidade presente na América Latina

01 de julho de 2004

No Fórum Cultural Mundial, em São Paulo, o antropólogo Nestor Garcia Canclini propõe uma visão mais atenta para a interculturalidade presente na América Latina(foto: UAM)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Do ponto de vista geográfico, o conceito de América Latina está ultrapassado. A afirmação categórica é do antropólogo Nestor Garcia Canclini, que esteve nesta quarta-feira (30/6), em São Paulo, para participar do Fórum Cultural Mundial.

"Como colocar nesse conceito geográfico as populações indígenas, africanas, européias e até asiáticas?", questiona o intelectual argentino radicado há quase três décadas no México, onde lidera o grupo de estudos sobre identidade urbana da Universidade Nacional Autônoma do México.

Por causa do caldo cultural presente na América Latina e do inevitável processo de globalização, Canclini é taxativo. "Devemos pensar sobre um espaço sociocultural latino-americano", disse. Isso seria uma forma mais segura para se conseguir enfrentar os vários desafios que estão presentes no campo sociocultural.

A partir do momento em que a multiculturalidade for admitida por todos é que uma nova forma de pensar poderá surgir, defende o antropólogo. "Nossas grandes metrópoles, por exemplo, apresentam muitas ruínas culturais", disse o pensador, ao mesmo tempo em que o telão do Palácio de Convenções do Anhembi exibia uma série de edifícios que, no passado, serviram com símbolos de uma época que não existe mais. Entre eles, uma série de construções art-déco em Buenos Aires.

"Temos que trabalhar para que o mundo intercultural que existe na América Latina seja cada vez menos assimétrico e cada vez mais justo", afirmou Canclini. Isso, segundo ele, pode ocorrer tanto no campo científico como no artístico.

Apesar de curto – a esperada conferência de Canclini foi transformada em uma fala de 20 minutos – o recado do pesquisador latino-americano parece ter atendido aos heterogêneos objetivos do Fórum Cultural Mundial, que termina no sábado.


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