Robôs aprendem a andar
21 de fevereiro de 2005

Três novas pesquisas apresentam autômatos que se movimentam de modo parecido aos dos humanos e consomem dez vezes menos energia do que os modelos mais avançados existentes atualmente

Robôs aprendem a andar

Três novas pesquisas apresentam autômatos que se movimentam de modo parecido aos dos humanos e consomem dez vezes menos energia do que os modelos mais avançados existentes atualmente

21 de fevereiro de 2005

 

Agência FAPESP - Robôs andam há tempos. Não apenas no cinema, mas também em centros de pesquisa espalhados pelo mundo. Mas autômatos que andam bem, com movimentos como os dos humanos – e não os tradicionais passos "robóticos" –, são raros. O japonês Asimo, da Honda, é um dos poucos exemplos.

Agora, de uma só vez, três pesquisas – uma feita na Holanda e duas nos Estados Unidos – anunciam sucessos no desenvolvimento de andarilhos mecânicos. Os modelos prometem controles mais eficientes e custos de fabricação muito inferiores em relação ao sistema do Japão.

Os novos robôs, construídos em pesquisas independentes, usam em média dez vezes menos energia do que o Asimo e empregam princípios de controle dinâmico-passivo – ou seja, tentam recriar movimentos similares aos do homem, como andar e parar – usados em trabalhos anteriores.

A diferença é que os pesquisadores construíram sistemas mais simples, baseados menos na força e mais na precisão dos movimentos. O Asimo, por exemplo, é capaz de carregar pesos e andar com passos firmes e seguros. Os três novos são muito mais frágeis, mas conseguem dar passos que lembram menos os movimentos tradicionais dos autômatos.

Um deles é o Todler, criação do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), com 43 centímetros de altura e menos de 3 quilos. Solto em um novo ambiente, o robô anda para a direita e para a esquerda, para frente e para trás, em movimentos precisos, mas cautelosos, como se fosse uma criança que dá os seus primeiros passos. A diferença é que o Todler aprende sozinho a andar em menos de 20 minutos, ou em cerca de 600 passos.

"É um dos primeiros a usar um programa de aprendizado e é o primeiro a aprender a andar sem ter qualquer informação prévia do que é necessário para a tarefa embutida em sua programação", explica Russ Tedrake, autor da pesquisa do MIT, em comunicado da instituição.

Os outros robôs são da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, e da Universidade Delft, na Holanda. O primeiro tem 13 quilos e anda a uma velocidade de 0,4 metro por segundo, com um consumo de energia na atividade semelhante ao do homem – estimado pelo volume de oxigênio gasto. O modelo holandês, apesar de mais pesado, usa ainda menos bateria. Assim como o do MIT, os dois também conseguem andar de acordo com as particularidades do ambiente.

Os novos robôs foram apresentados na quinta-feira (17/2), durante a reunião anual da Associação Norte-americana pelo Progresso da Ciência (AAAS), em Washington. Os resultados do estudo estão na edição atual da revista Science, da AAAS.

O artigo Efficient bipedal robots based on passive-dynamic walkers, de S. Collins, A. Ruina, R. Tedrake e M. Wisse, pode ser lido no site da Science, em www.sciencemag.org


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