Caminho percorrido pelas doenças do coração são cada vez mais vistos nos países em desenvolvimento
(foto:Univ. Harvard)

Riscos cardíacos em desenvolvimento
04 de maio de 2005

Pesquisa realizada em mais de cem países, que relacionou dados econômicos a indicadores de saúde, mostra que os problemas de coração não são mais exclusivos dos países ricos. O trabalho faz parte da edição de maio da PLoS Medicine

Riscos cardíacos em desenvolvimento

Pesquisa realizada em mais de cem países, que relacionou dados econômicos a indicadores de saúde, mostra que os problemas de coração não são mais exclusivos dos países ricos. O trabalho faz parte da edição de maio da PLoS Medicine

04 de maio de 2005

Caminho percorrido pelas doenças do coração são cada vez mais vistos nos países em desenvolvimento
(foto:Univ. Harvard)

 

Agência FAPESP - Rendas elevadas, mais acesso à comida, alteração de hábitos e piores índices de colesterol e obesidade. O conhecido caminho percorrido pelas doenças do coração não é mais visto apenas nos chamados países do primeiro mundo.

Pesquisa que será publicada na edição de maio da PLoS Medicine mostra que problemas como obesidade e níveis elevados de colesterol cresceram de forma assustadora tanto nos países em desenvolvimento como nos mais pobres. O trabalho utilizou dados como renda per capita e índices de massa corpórea (IMC) obtidos em cem países. Vários outros indicadores foram analisados.

Pelos cálculos realizados por Majud Ezzati, da Escola de Saúde Pública de Harvard, e colaboradores, os números do IMC e do colesterol de uma população crescem de forma vertiginosa até uma renda per capita de US$ 12,5 mil para mulheres ou de US$ 17 mil, no caso dos homens. Apenas para comparação, enquanto o brasileiro tem uma renda per capita de US$ 2,8 mil, os norte-americanos chegam aos US$ 37,3 mil.

O artigo Rethinking the "Diseases of Affluence" Paradigm: Global Patterns of Nutritional Risks in Relation to Economic Development mostra que o aumento da renda está diretamente associado com os aumentos do IMC e dos níveis de colesterol. Outro fator que causa um impacto maior sobre o coração das pessoas é o fato de que mais e mais habitantes da Terra vivem em cidades. Isso altera, de forma drástica, o padrão alimentar e de vida das pessoas.

Para Ezzati e colegas, está claro que o crescimento do risco de desenvolver doenças do coração ocorre de forma mais concentrada em países pobres ou em desenvolvimento do que entre os mais ricos. Depois de se atingir o ponto de viragem da renda per capita, os problemas chegam a decrescer em alguns casos.

A partir dos resultados obtidos pelos pesquisadores de Harvard, a recomendação é bastante recorrente. Prevenir a obesidade, controlar a pressão sangüínea, o colesterol e o consumo de cigarro não são medidas que devem ser adotadas, a partir de agora, apenas entre as populações mais ricas do mundo.


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