Sensor do tipo Safir instalado no município de Matos Costa (SC) faz parte do sistema que vai identificar tempestades com até quatro horas de antecedência (foto: divulgação)

Risco monitorado
29 de junho de 2005

Sistema de informações desenvolvido na UFSC, que trabalha por meio de 16 sensores instalados em três estados brasileiros, pode prever tempestades e ciclones extratropicais com até quatro horas de antecedência.

Risco monitorado

Sistema de informações desenvolvido na UFSC, que trabalha por meio de 16 sensores instalados em três estados brasileiros, pode prever tempestades e ciclones extratropicais com até quatro horas de antecedência.

29 de junho de 2005

Sensor do tipo Safir instalado no município de Matos Costa (SC) faz parte do sistema que vai identificar tempestades com até quatro horas de antecedência (foto: divulgação)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Um sistema desenvolvido por técnicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), que está em fase de testes, promete ser muito útil na previsão de eventos meteorológicos críticos no Sul do Brasil. O projeto Siddem, implementado em três estados brasileiros por pesquisadores do Núcleo de Estudos em Inovação, Gestão e Tecnologia de Informação (IGTI), poderá estimar a ocorrência de tempestades e ciclones extratropicais com até quatro horas de antecedência.

Para antecipar os fenômenos naturais foi criado um sistema de informações integradas, que emprega dois tipos de sensores para a detecção das descargas atmosféricas. O primeiro tem sensores do tipo Safir que monitoram o percurso das tempestades pela identificação dos raios que se movem entre as nuvens. Os sensores do tipo Impact monitoram as descargas que se deslocam no sentido nuvem-terra, registrando os raios que chegam ao solo.

"Além de antecipar a localização de tempestades e obter informações sobre a formação e o destino da chuva, o sistema consegue prever a ocorrência de ciclones como o que atingiu Santa Catarina em 2004", disse Pedro Felipe de Abreu, responsável técnico pelo sistema, à Agência FAPESP. "Será possível visualizar a trajetória do furacão em função de sua atividade elétrica, pois normalmente existe, internamente, a formação de raios."

O projeto Siddem conta com 16 sensores instalados em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. Segundo Felipe de Abreu, a grande inovação está na combinação das duas tecnologias, a Safir e a Impact, que estão sendo usadas em conjunto pela primeira vez no Brasil. O projeto conta com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Os sensores instalados na rede do projeto, explica Abreu, poderão oferecer uma ampla cobertura dos fenômenos que ocorrem no Sul do Brasil, especialmente nas regiões de fronteira onde penetra a maior parte das frentes frias. "A idéia é monitorar principalmente as tempestades que entram pela Argentina, Uruguai e Paraguai", explica.

Para o pesquisador, as informações meteorológicas colhidas poderão auxiliar diferentes setores, como o elétrico, o telefônico e o agrícola. "Na medida em que será possível prever alterações climáticas com mais exatidão, as aplicações dos dados serão inúmeras e vão desde o setor de aviação até o hidrometeorológico", aponta.

Mais informações: www.siddem.org.br.


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