Risco dobrado
13 de fevereiro de 2004

Estudo feito nos Estados Unidos com 173 mil diabéticos descobre que a doença dobra o risco da ocorrência de câncer e de outros problemas crônicos no fígado

Risco dobrado

Estudo feito nos Estados Unidos com 173 mil diabéticos descobre que a doença dobra o risco da ocorrência de câncer e de outros problemas crônicos no fígado

13 de fevereiro de 2004

 

Agência FAPESP - No maior estudo já feito sobre o assunto, cientistas dos Estados Unidos demonstraram que portadores de diabetes têm o dobro de chances de terem câncer ou outras doenças crônicas no fígado.

A pesquisa, feita pelos Institutos Nacionais de Saúde e pelo Departamento de Assuntos dos Veteranos de Guerra (VA, na sigla em inglês), foi publicada na edição de fevereiro da Gastroenterology, periódico oficial da Sociedade Norte-americana de Gastroenterologia.

O estudo analisou 173.643 pacientes com diabetes e 650.620 pacientes sem diabetes que passaram por diversos hospitais do VA espalhados pelo país entre 1985 e 1990. Os pacientes, que foram acompanhados até 2000, eram na maioria homens (98%). A quase totalidade dos portadores de diabetes tinha a do tipo 2.

Os pesquisadores verificaram que, entre os diabéticos, a incidência de doenças crônicas e de câncer do fígado eram duas vezes maiores do que as taxas apresentadas pelos não diabéticos.

A relação entre diabetes e doenças do figado era conhecida, mas ainda não havia comprovação de causa e efeito entre elas. Segundo a Associação Norte-americana de Gastroenterologia, doenças do fígado associadas a diabetes são geralmente assintomáticas, não sendo detectadas até a ocorrência de uma condição severa, como o câncer no órgão.

"Devido ao expressivo aumento no risco do desenvolvimento do câncer, nós recomendamos exames regulares de enzimas do fígado para pacientes com diabetes", disse um dos autores da pesquisa, Hashem El-Serag, do Centro Médico do VA em Houston, em comunicado da associação.

O risco de desenvolver doenças crônicas ou câncer do fígado é maior entre pacientes que tinham diabetes há mais de dez anos. De acordo com os cientistas, o aumento no risco independe de fatores como alcoolismo, hepatite ou variáveis demográficas.


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