Brito Cruz, da FAPESP, defende na Conferência Nacional de CT&I o estímulo a inovações capazes de gerar tecnologias que possam estimular o desenvolvimento do país (foto: E. Geraque)

Riqueza de idéias
17 de novembro de 2005

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, defende na Conferência Nacional de CT&I o estímulo a inovações capazes de gerar tecnologias que possam estimular o desenvolvimento do país

Riqueza de idéias

Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, defende na Conferência Nacional de CT&I o estímulo a inovações capazes de gerar tecnologias que possam estimular o desenvolvimento do país

17 de novembro de 2005

Brito Cruz, da FAPESP, defende na Conferência Nacional de CT&I o estímulo a inovações capazes de gerar tecnologias que possam estimular o desenvolvimento do país (foto: E. Geraque)

 

Por Thiago Romero, de Brasília

Agência FAPESP - Os desafios enfrentados pelos pesquisadores a fim de inserir definitivamente o Brasil na era do conhecimento e a necessidade de enxergar as inovações tecnológicas como um fator crucial para a geração de riqueza. Esses enfoques serviram de base para a sessão que ocorreu na tarde de quarta-feira (16/11), em Brasília, no primeiro dia da terceira edição da Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

"Uma economia deve também se basear em idéias, que são um insumo inesgotável", disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, a um auditório lotado formado por representantes dos setores governamental, acadêmico e empresarial. Segundo ele, a soma de idéias inovadoras é um insumo importante para que uma nação passe a integrar a chamada economia do conhecimento.

Para atingir essa premissa, Brito Cruz acredita que a capacidade de "usar conhecimento" não deve estar diretamente atrelada à capacidade de "gerar conhecimento". "Boa parte do saber científico é de domínio público e está disponível no mundo inteiro. Às vezes, não é preciso gerar todo o conhecimento que se deseja utilizar em determinado processo", disse. Segundo ele, o importante é "entender o conhecimento", o que é "bem mais simples do que criar ou gerar um novo conceito".

Brito Cruz, também professor no Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), ressaltou que, especialmente no mundo acadêmico, o Brasil tem demonstrado uma forte capacidade de gerar conhecimento. O que pode ser comprovado, por exemplo, pelo aumento de artigos científicos brasileiros publicados em revistas especializadas e pelo número crescente de doutores.

"Estamos realmente conseguindo transformar o conhecimento gerado em riqueza, seja no agronegócio, na extração de petróleo ou na fabricação de aviões, por exemplo. O que falta é a repetitividade da geração de riqueza com base no conhecimento nacional", afirma.

Isso faz com que a indústria brasileira ainda sinta dificuldades em criar tecnologias inovadoras que sejam relevantes o suficiente para se transformar em patentes. "Em 2004, o Brasil depositou 106 patentes nos Estados Unidos, enquanto a Coréia do Sul ultrapassou os 4 mil", comparou.

Por conta disso, Brito Cruz defendeu o aumento do número de patentes depositadas no Brasil e no exterior, chamando a atenção para o fato de que patente não é só aquela que gera um Prêmio Nobel ou que revoluciona toda uma cadeia produtiva. "O pesquisador brasileiro precisa entender que qualquer produto que tenha perspectiva de ser negociado precisa, antes de tudo, ser patenteado", enfatizou.


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