Pesquisadores completam mapeamento da biodiversidade marinha do litoral norte paulista

Riqueza agora conhecida
21 de setembro de 2005

Pesquisadores completam mapeamento da biodiversidade marinha do litoral norte paulista. Foram coletados 365 mil exemplares, de 1.709 espécies, 70 das quais inéditas

Riqueza agora conhecida

Pesquisadores completam mapeamento da biodiversidade marinha do litoral norte paulista. Foram coletados 365 mil exemplares, de 1.709 espécies, 70 das quais inéditas

21 de setembro de 2005

Pesquisadores completam mapeamento da biodiversidade marinha do litoral norte paulista

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Um amplo mapeamento da biodiversidade marinha do litoral norte paulista acaba de ser encerrado. O trabalho, realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), conseguiu identificar cerca de 70 espécies inéditas.

A pesquisa, um projeto do Programa Biota/FAPESP, envolveu, durante quatro anos, a coleta e a identificação de diferentes espécies da fauna bentônica (que vive em sedimentos) presente na faixa litorânea dos municípios de Ilhabela, São Sebastião, Caraguatatuba e Ubatuba.

Ao todo, foram coletados 365 mil indivíduos, que representam 1.709 espécies. Vários grupos de invertebrados surgiram das coletas, como moluscos (caramujos e mariscos), crustáceos (camarões, caranguejos e siris) e poliquetas (minhocas marinhas).

Entre as descobertas taxonômicas, Antonia Cecília Amaral, coordenadora do projeto, destaca 12 espécies diferentes de minhocas marinhas, além do molusco Macoma biota. "Apesar de ser um animal relativamente grande, esse molusco [o organismo encontrado em Caraguatatuba tem uma concha de 10 centímetros de comprimento] nunca havia sido catalogado", disse à Agência FAPESP.

Outras cem espécies encontradas pelos pesquisadores, embora conhecidas, não haviam sido registradas no litoral norte de São Paulo. "Algumas delas já foram ou estão sendo publicadas em revistas nacionais e estrangeiras. O resultado mais amplo da pesquisa será publicado num manual com informações detalhadas de cada organismo", acrescentou a coordenadora do projeto e professora do Instituto de Biologia da Unicamp.

O Manual de identificação de invertebrados marinhos da Região Sudeste-Sul do Brasil deverá ter seu primeiro volume lançado até o fim do ano. Ao todo, serão sete volumes, cada um com uma média de 200 espécies da fauna marinha de parte do litoral paulista.

"A idéia é criar um veículo que não seja meramente ilustrativo, mas que realmente auxilie na identificação das espécies", diz Antonia. Segundo a pesquisadora, o último volume do manual deverá ser lançado até 2010. "Até lá, outras novas espécies poderão ser descobertas e incluídas nas edições."

Os responsáveis pelo projeto também estão produzindo o livro Biodiversidade e ecossistemas bentônicos marinhos do litoral norte de São Paulo – Sudeste do Brasil, ainda sem data de lançamento definida.

"Depois de todas essas publicações prontas, poderemos elaborar um mapa detalhado com as áreas prioritárias de conservação do litoral norte. Além disso, será possível indicar quais espécies, com potencial econômico, poderão ser usadas de um forma sustentável", explica Antonia.


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