Revista Pesquisa FAPESP destaca iniciativas brasileiras de ciência cidadã

Edição de janeiro traz ainda entrevistas com o físico Michel Spiro e com o hematologista Carmino Antonio de Souza

Agência FAPESP – A edição de janeiro da revista Pesquisa FAPESP apresenta iniciativas brasileiras que permitem a pessoas sem experiência acadêmica colaborar com cientistas no desenvolvimento de pesquisas e na produção de conhecimento. Esse tipo de interação, que ganhou o nome de “ciência cidadã”, tem se multiplicado em diversos países e atraído apoio de agências de fomento e de proteção ambiental. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), por exemplo, explora formas de usar o modelo no monitoramento de indicadores dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) ligados ao meio ambiente.

A edição também traz uma entrevista com Michel Spiro, presidente da União Internacional de Física Pura e Aplicada (Iupap). A organização congrega várias sociedades de física no mundo em prol do desenvolvimento da área e cooperação entre pesquisadores de diferentes países. Spiro conta detalhes sobre uma iniciativa lançada em junho do ano passado com o intuito de mobilizar cientistas dedicados à pesquisa básica para que mostrem seus trabalhos e destaquem como eles podem ajudar a alcançar os ODS. O esforço integra o Ano Internacional das Ciências Básicas para o Desenvolvimento Sustentável, concebido pelo próprio físico e coordenado em colaboração com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Outro entrevistado do mês foi o hematologista Carmino Antonio de Souza, professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), fundador do Centro de Hematologia e Hemoterapia (Hemocentro) e membro do Conselho Superior da FAPESP. Na condição de secretário-executivo da Secretaria de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do Estado de São Paulo (SCPDS), durante a gestão de Rodrigo Garcia, Souza elaborou um plano para reorganizar o sistema de saúde estadual, propondo, entre outras coisas, a revitalização das duas fábricas da Fundação do Remédio Popular (Furp) para a retomada de produção de medicamentos essenciais, como antibióticos, que faltaram quando os casos de COVID-19 se intensificaram no país.

A edição conta ainda com reportagens sobre: novas linhagens da ômicron; como os Yanomami entendem os sonhos; o risco de o aquecimento global atingir o limite crítico de 1,5 ^oC em nove anos se não houver queda nas emissões; novas perspectivas sobre a história de Palmares; o declínio das populações de insetos terrestres no Brasil; e o uso do caroço de açaí em cosméticos, papéis, plásticos e na geração de energia.

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