Estudo divulgado no periódico Systematics and Biodiversity traçou as rotas usadas por serpentes para colonizar o arquipélago de Galápagos e descreveu três novas espécies do gênero Pseudalsophis (Pseudalsophis dorsalis na ilha de Santa Fé; foto: Miguel T. Rodrigues / USP)

Revista do Museu de História Natural de Londres escolhe artigo brasileiro como destaque do ano
04 de novembro de 2019

Estudo divulgado no periódico Systematics and Biodiversity traçou as rotas usadas por serpentes para colonizar o arquipélago de Galápagos e descreveu três novas espécies do gênero Pseudalsophis

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Estudo divulgado no periódico Systematics and Biodiversity traçou as rotas usadas por serpentes para colonizar o arquipélago de Galápagos e descreveu três novas espécies do gênero Pseudalsophis

04 de novembro de 2019

Estudo divulgado no periódico Systematics and Biodiversity traçou as rotas usadas por serpentes para colonizar o arquipélago de Galápagos e descreveu três novas espécies do gênero Pseudalsophis (Pseudalsophis dorsalis na ilha de Santa Fé; foto: Miguel T. Rodrigues / USP)

 

Agência FAPESP – Um estudo liderado por cientistas brasileiros e apoiado pela FAPESP foi o vencedor da última edição do prêmio Taylor & Francis, concedido anualmente ao artigo de maior destaque publicado na Systematics and Biodiversity. A revista, uma das mais conceituadas na área de sistemática e evolução da biodiversidade, é editada pelo Museu de História Natural de Londres e publicada pela editora Taylor & Francis.

O trabalho, descrito no artigo Origin and hidden diversity within the poorly known Galápagos snake radiation (Serpentes: Dipsadidae), foi feito em colaboração com cientistas equatorianos, sob a coordenação de Hussam El Dine Zaher, do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP). O projeto foi conduzido no âmbito do Programa BIOTA-FAPESP.

Por meio de análises morfológicas (da aparência externa, ossos e órgãos) e moleculares (do material genético) de amostras de serpentes coletadas no arquipélago de Galápagos durante expedição realizada em 2008, a equipe construiu rotas de colonização usadas por serpentes e identificou três novas espécies pertencentes ao gênero Pseudalsophis (leia mais em: revistapesquisa.fapesp.br/2018/08/20/como-as-serpentes-chegaram-a-galapagos/).

O prêmio consiste em um montante em dinheiro (£500 ou R$ 2,5 mil aproximadamente) e um certificado comemorativo. O artigo fica disponível gratuitamente on-line no ano posterior à sua divulgação.

“Os editores associados da revista apontam os artigos que consideram os melhores do ano para o editor-chefe, que seleciona o vencedor. Nós concorremos com outros sete estudos publicados em 2018. Segundo o editor-chefe, nosso trabalho foi escolhido porque as questões abordadas por ele são de interesse para um público amplo e os resultados são valiosos para vários grupos de usuários, incluindo zoólogos, pesquisadores e profissionais de biologia da conservação”, contou Zaher à Agência FAPESP.

Segundo o pesquisador, a premiação foi uma grande surpresa para os autores. “As indicações são muito concorridas, pois a revista publica artigos de grande qualidade e impacto internacional, produzidos por equipes sediadas majoritariamente nos Estados Unidos ou em países da Commonwealth e da União Europeia. Ficamos muito felizes em ter a nossa pesquisa reconhecida por esses colegas”, disse.

A investigação realizada em Galápagos incluiu uma campanha de coleta de 15 dias no arquipélago, que envolveu uma logística complexa. A licença de coleta para as ilhas isoladas do público levou dois anos para ser emitida e a pesquisa posterior envolveu visitas a dezenas de coleções científicas nos Estados Unidos e na Europa, contou Zaher.

“O sequenciamento das amostras também necessitou de recursos significativos, pois a pesquisa se deu em um contexto que envolvia o estudo sobre a origem e a diversificação das serpentes na região Neotropical. Todas essas etapas foram integralmente financiadas pela FAPESP.”, disse.

Na avaliação de Zaher, a premiação representa “um reconhecimento, por parte da comunidade internacional, da qualidade da pesquisa em biodiversidade produzida no Brasil e da política bem-sucedida de fomento à pesquisa conduzida pela FAPESP”.
 

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