Gupta durante a conferência do dia 18
No Congresso Nacional de Genética, o químico indiano Radhey Gupta apresenta um novo método para enfocar a evolução. A partir de seqüências descobertas em vários organismos, o pesquisador conseguiu revelar relações filogenéticas importantes
No Congresso Nacional de Genética, o químico indiano Radhey Gupta apresenta um novo método para enfocar a evolução. A partir de seqüências descobertas em vários organismos, o pesquisador conseguiu revelar relações filogenéticas importantes
Gupta durante a conferência do dia 18
Agência FAPESP - A evolução, ao que tudo indica, não é algo retilíneo. A complexidade está mais presente do que nunca, segundo os estudos do químico indiano Radhey Gupta, que esteve nesta quinta (18/9) em Águas de Lindóia (SP). Durante o 49º Congresso Nacional de Genética, o conferencista apresentou a conferência The Use of Protein Signatures to Understand The Early Evolutionary History of Life.
A partir de seqüências presentes nas bactérias, nos representantes do filo Archaea e nos próprios eucariotos (os chamados organismo superiores) Gupta, que desde os anos 70 está radicado no Canadá, onde leciona na Universidade de McMaster, conseguiu identificar várias relações evolutivas importantes.
A principal delas, e que vai contra o senso comum evolutivo, diz respeito ao surgimento dos eucariotos. Segundo o cientista, pela análise das seqüências, ou das assinaturas proteicas propriamente ditas, é possível saber que as células dos organismos mais evoluídos herdaram características de dois grupos.
"Em linhas gerais, podemos dizer que os processos de transferências de genes são mais semelhantes aos que existem no filo Archae e os processos metabólicos surgiram das bactérias propriamente ditas", explicou o cientista que vive em Hamilton, cidade próxima a Toronto, na parte inglesa do Canadá.
Quando se analisam as assinaturas das proteínas apenas entre os procariotos (os chamados organismos menos evoluídos), outra mudança aparece, em relação ao processo evolutivo considerado convencional.
"É possível relacionar as diversas espécies de bactérias e do filo Archae, mas não se pode definir um ancestral comum para esses grupos", disse Gupta. Uma das possíveis aplicações da nova filogenia proposta pelo cientista indiano está relacionada com o campo dos antibióticos. Como as assinaturas das proteínas também apresentam fortes relações com a morfologia das bactérias, no futuro os antibióticos poderão ser melhor direcionados para a destruição de um ou outro microrganismo.
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