Estudo feito na Austrália mostra aumento na população de tubarão-baleia, espécie rara e preservada por lei em alguns países, mas caçada em outros (foto: divulgação)

Retorno dos gigantes
28 de dezembro de 2007

Estudo feito na Austrália mostra aumento na população de tubarão-baleia, espécie rara e preservada por lei em alguns países, mas caçada em outros. Autores sugerem aplicação em outros locais do modelo de preservação do animal, que chega a 20 metros e 20 toneladas

Retorno dos gigantes

Estudo feito na Austrália mostra aumento na população de tubarão-baleia, espécie rara e preservada por lei em alguns países, mas caçada em outros. Autores sugerem aplicação em outros locais do modelo de preservação do animal, que chega a 20 metros e 20 toneladas

28 de dezembro de 2007

Estudo feito na Austrália mostra aumento na população de tubarão-baleia, espécie rara e preservada por lei em alguns países, mas caçada em outros (foto: divulgação)

 

Um gigante dos mares que chega a 20 metros de comprimento e 20 toneladas de peso. Mas as enormes dimensões não se traduziram em ferocidade, uma vez que o tubarão-baleia tem caráter pacífico, a ponto de ser conhecido como gigante gentil pelo caráter não predador.

Maior não apenas dos tubarões, mas de todos os peixes, o tubarão-baleia (Rhincodon typus) tem dentes pequenos e se alimenta de zooplâncton e pequenos peixes. Listada como rara e protegida por lei em alguns países, a espécie que habita águas tropicais no Atlântico oeste e Pacífico sul é pouco conhecida pela ciência.

O cientista marinho australiano Brad Norman, da Universidade Murdoch, tenta reverter a situação. Desde 1995, tem estudado e monitorado por meio de fotografias e sistemas computacionais de identificação de imagens o tubarão-baleia no recife de Ningaloo, no oeste da Austrália.

Uma das conclusões da pesquisa, que será publicada na edição de janeiro da revista Ecological Applications, é que a população encontrada no local está saudável e florescendo.

Norman contou com a ajuda de Jason Holmberg, da organização não governamental australiana Ecocean, especialmente interessada na preservação do tubarão-baleia, e de Zaven Arzoumanian, da Nasa, a agência espacial norte-americana, que adaptou um software desenvolvido para o Hubble para a interpretação das 5,1 mil fotos obtidas durante o período da pesquisa.

O programa de computador resultante permitiu que os cientistas identificassem os tubarões. Os padrões de listras e manchas na pele do animal foram armazenados e interpretados de modo semelhante às digitais em humanos para registrar cada um dos indivíduos.

Os pesquisadores descobriram que a população de tubarões-baleia no local tem crescido nos últimos anos. Verificaram também que dois terços dos exemplares eram visitantes freqüentes, enquanto o restante foi identificado uma única vez durante o período do estudo.

Segundo os autores, o estudo indica que as diretrizes de preservação empregadas pelas autoridades e instituições de ecoturismo em Ningaloo têm funcionado. "Adotar essas diretrizes em outros locais espalhados pelas rotas de migração é uma alternativa valiosa para a preservação da espécie", disse Norman.

O tubarão-baleia representa uma importante fonte de renda para o setor de turismo de Ningaloo. Turistas pagam para mergulhar e nadar próximos dos gentis gigantes.

Apesar da boa notícia na costa australiana, os pesquisadores destacam que o mesmo não tem ocorrido em outras regiões, especialmente em áreas em que o tubarão-baleia continua a ser caçado por conta de sua carne e barbatanas.


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