AEB discute propostas para revitalizar o programa espacial brasileiro (foto: AEB)

Retorno aos vôos
02 de abril de 2004

AEB discute propostas para revitalizar o programa espacial brasileiro, com base nas recomendações do relatório sobre o acidente do VLS-1, que matou 21 pessoas em 2003. "Se não houver recursos para levá-lo adiante, com um mínimo de resultados para a sociedade brasileira, é preferível encerrá-lo", disseram os conselheiros da agência

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AEB discute propostas para revitalizar o programa espacial brasileiro, com base nas recomendações do relatório sobre o acidente do VLS-1, que matou 21 pessoas em 2003. "Se não houver recursos para levá-lo adiante, com um mínimo de resultados para a sociedade brasileira, é preferível encerrá-lo", disseram os conselheiros da agência

02 de abril de 2004

AEB discute propostas para revitalizar o programa espacial brasileiro (foto: AEB)

 

Agência FAPESP - O conselho superior da Agência Espacial Brasileira (AEB), reuniu-se na quarta-feira (31/3) para discutir medidas de revitalização do programa espacial brasileiro. As propostas foram elaboradas com base nas recomendações presentes no relatório do acidente do VLS-1, que matou 21 técnicos e engenheiros em Alcântara (MA), em 22 de agosto de 2003.

"Houve consenso entre os conselheiros de que o programa espacial é uma prioridade de Estado e que se não houver recursos suficientes para levá-lo adiante, com um mínimo de resultados para a sociedade brasileira, é preferível encerrá-lo", afirmaram enfaticamente os conselheiros da AEB.

Segundo a agência, foram discutidas ações para a revisão de recursos, cujos valores se encontram em estudo no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. A expectativa é que sejam liberados R$ 106 milhões este ano para atividades relacionadas ao VLS e aos compromissos assumidos com a Ucrânia, relativos à utilização do foguete Ciclone-4 a partir do Centro de Lançamento de Alcântara.

"São valores realísticos, que já foram praticados no Brasil, e que são modestos se comparados aos de outros países", disse Luiz Bevilacqua, presidente da AEB. Embora o aporte dê impulso ao programa, a agência espera que negociações com o Ministério do Planejamento elevem a quantia em análise a patamares que dêem conta dos investimentos necessários ao desenvolvimento dos satélites CBERS-3 e 4, produzidos em cooperação com a China.

O presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e representante do Ministério da Ciência e Tecnologia no conselho da AEB, Luiz Miranda, defendeu o aporte como garantia para a continuidade do programa dos satélites sino-brasileiros. "Programas espaciais são caros porque trabalhamos no limite da qualidade e da confiabilidade. A questão é definir prioridades", disse.

Nelson Cabral, representante do Ministério das Comunicações no conselho, sugeriu a busca de recursos em fontes alternativas, como o Fundo de Fiscalização das Telecomunicações (Fistel), Fundo de Telecomunicações (Funtel), ou provenientes da União Internacional de Telecomunicações (UIT).

Uma vez que grande parte das necessidades apontadas no relatório do VLS diz respeito à gestão, ficou decidido entre os conselheiros que a AEB instituirá comissões e grupos de trabalho – compostos por representantes da indústria e da comunidade científica e tecnológica – para acompanhamento de programas ligados à área de veículos lançadores, satélites e infra-estrutura.

"Além de sugerir propostas de ação e encaminhar relatos, esses grupos tornarão a AEB co-responsável ao processo", afirmou o diretor de política espacial da agência, Lauro Fortes.

Segundo o ex-diretor do Centro Técnico Aeroespacial (CTA), Brigadeiro Tiago Ribeiro, representante no conselho pelo Comando da Aeronáutica, a AEB deve executar ações em seu âmbito de atuação, já que embora o relatório do acidente não tenha descoberto causas materiais, enumera uma série de demandas em setores operacionais e de recursos humanos que requerem a participação da agência.


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