Reunidos no 11º Congresso Internacional de Saúde Pública, especialistas discutem como o setor da saúde pode responder às mudanças climáticas ocorridas no planeta nos últimos anos (foto: W.Castilhos)
Reunidos no 11º Congresso Internacional de Saúde Pública, especialistas discutem como o setor da saúde pode responder às mudanças climáticas ocorridas no planeta nos últimos anos
Reunidos no 11º Congresso Internacional de Saúde Pública, especialistas discutem como o setor da saúde pode responder às mudanças climáticas ocorridas no planeta nos últimos anos
Reunidos no 11º Congresso Internacional de Saúde Pública, especialistas discutem como o setor da saúde pode responder às mudanças climáticas ocorridas no planeta nos últimos anos (foto: W.Castilhos)
Agência FAPESP - Mais de 150 mil pessoas morreram, apenas no ano 2000, como resultado das mudanças climáticas ocorridas no planeta nas três décadas anteriores. Em 2003, a forte onda de calor na Europa causou diretamente mais de 35 mil mortes.
Os dados, lembrados no 11º Congresso Internacional de Saúde Pública, no Rio de Janeiro, são alarmantes e devem continuar negativos. Estudos apontam que, nos próximos 20 anos, a poluição será responsável por 65 mil mortes nas maiores metrópoles do mundo, como São Paulo, Nova York e Cidade do México. As mudanças climáticas poderão aumentar a proporção da exposição mundial a doenças como dengue e malária de 35% a 60% até o ano 2085.
"O impacto das mudanças climáticas sobre a população do planeta dependerá das ações que os setores de saúde nacionais tomarão. Há muito trabalho a ser feito", disse o especialista em saúde pública Carlos Corvalan, da Organização Mundial de Saúde (OMS), em mesa-redonda que discutiu como os setores de saúde podem se preparar para responder ao problema, na terça-feira (22/8)
Resultantes da atividade humana, os gases de efeito estufa emitidos na atmosfera têm sido responsáveis pelo aumento das temperaturas do ar, da superfície terrestre e dos oceanos.
"O processo de urbanização do planeta é extremamente intenso e pelo menos 85% dos gases emitidos vêm dos grandes centros urbanos. Índia e China são os países que, segundo previsões, deverão emitir mais gases de efeito estufa nos próximos anos", disse outro participante da mesa-redonda, o físico Paulo Artaxo, da Universidade de São Paulo.
"O grande problema é que as chuvas fortes, as inundações e os furacões causam grandes impactos na saúde", disse Corvalan. Segundo o pesquisador argentino, na década de 1990 aproximadamente 600 mil mortes ocorreram no mundo como resultado de desastres naturais, os quais aumentam a incidência de doenças "sensíveis" ao clima, como a diarréia, e de vetores da malária e da dengue.
"Precisamos fazer estudos em cima de nossa própria vulnerabilidade. Os países desenvolvidos são os que têm mais possibilidade de se proteger, mas são também os maiores responsáveis pelo que está ocorrendo. Por isso, eles deveriam traçar planos de ações no sentido de auxiliar os mais vulneráveis, que são os países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento", disse Corvalan.
Guilherme Franco Neto, da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), apontou que a saída estaria na articulação da saúde com outros setores. "Os governos devem compatibilizar o setor com o serviço de meteorologia, no sentido de usar os alertas e previsões a seu favor. Além disso, é necessário o controle da emissão de gases feita pelas indústrias e uma melhoria no sistema de transportes", disse.
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