Dos 97 bebês prematuros estudados, 22 tiveram bronquiolite
(foto:Felipe Gomes/Fiocruz)

Respiração fragilizada
23 de fevereiro de 2005

Estudo realizado por pesquisadora do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, mostra que bebês prematuros têm mais chances de desenvolver doenças respiratórias

Respiração fragilizada

Estudo realizado por pesquisadora do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, mostra que bebês prematuros têm mais chances de desenvolver doenças respiratórias

23 de fevereiro de 2005

Dos 97 bebês prematuros estudados, 22 tiveram bronquiolite
(foto:Felipe Gomes/Fiocruz)

 

Agência FAPESP - Durante os primeiros 12 meses de vida, mais de 50% de um grupo de 97 bebês prematuros, nascidos em um hospital público do Rio de Janeiro, sofreram com algum tipo de doença respiratória. O resultado é de estudo realizado pela neonatologista Rosane Reis de Mello, do Instituto Fernandes Figueira (IFF), instituição ligada à Fundação Oswaldo Cruz, o qual mostrou ainda que 22 crianças tiveram bronquiolite (inflamação dos bronquíolos).

Todas as crianças analisadas nasceram entre 1998 e 2000. Elas tinham menos de 1,5 quilo de peso ao nascer e não chegaram a completar 8,5 meses de gestação. Depois de receber alta do hospital, os bebês foram acompanhados mensalmente por pediatras do IFF. Os familiares foram orientados a entrar em contato com os médicos assim que algum evento novo fosse observado.

Das 22 crianças consideradas doentes pelos médicos, 34,4% tiveram que ficar internadas no hospital. Os recém-nascidos hospitalizados por mais de dois meses na UTI neonatal apresentaram várias doenças, em taxas maiores do que aqueles que não ficaram no hospital. A pneumonia, por exemplo, foi detectada em 53% da amostra, contra 24% entre os bebês que não ficaram internados.

"O baixo peso ao nascer pode contribuir para a ocorrência de pneumonia devido à diminuição das respostas imunes. Os fatores ambientais (baixa condição socioeconômica, aglomeração, presença de crianças pequenas no mesmo ambiente domiciliar) são considerados fatores de risco para infecção respiratória", explicou Rosane à Agência FAPESP.

A autora da pesquisa, que também é co-responsável pelo ambulatório de seguimento de recém-nascidos de alto risco do IFF, lembra que trabalhos semelhantes publicados em países desenvolvidos apresentam taxas menores de pneumonia. "Exatamente porque nesses outros locais os fatores que influenciam bastante na realidade brasileira são bem menos atuantes."

O estudo, publicado na edição de novembro/dezembro do Jornal de Pediatria, também indicou que 39% das crianças que passaram mais de dois meses no hospital tiveram chiado no peito. O número cai para 19% entre as crianças prematuras que não permaneceram internadas.

Para ler o artigo "Morbidade respiratória no primeiro ano de vida de prematuros egressos de uma unidade pública de tratamento intensivo neonatal" clique aqui.


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