Descoberta pode criar alternativas para a busca de compostos mais eficientes para o protozoário que causa o mal de Chagas
(foto: Sergio Schenkman/Unifesp)

Reprodução desvendada
15 de dezembro de 2005

Identificação de região do núcleo do Trypanosoma cruzi pode facilitar o combate ao mal de Chagas. Leia em reportagem da nova edição da revista Pesquisa FAPESP

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Identificação de região do núcleo do Trypanosoma cruzi pode facilitar o combate ao mal de Chagas. Leia em reportagem da nova edição da revista Pesquisa FAPESP

15 de dezembro de 2005

Descoberta pode criar alternativas para a busca de compostos mais eficientes para o protozoário que causa o mal de Chagas
(foto: Sergio Schenkman/Unifesp)

 

Por Ricardo Zorzetto

Revista Pesquisa FAPESP - Acostumados a ser mal recebidos durante milhões de anos, os parasitas da família do Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, desenvolveram mecanismos próprios de funcionamento que lhes permitem escapar das defesas dos organismos que invadem e se reproduzir com rapidez. No momento de se dividir e originar outra célula idêntica, esses protozoários não seguem a estratégia de outros organismos formados por células com núcleo.

Na etapa inicial de produção de proteínas, em vez de decodificarem um gene por vez, os parasitas da família do Trypanosoma cruzi lêem todos os genes de uma vez. Nesse momento, a longa molécula espiralada de DNA, que contémos genes, esparrama-se pela periferia do núcleo do parasita. Só depois que essa cópia simultânea dos genes termina é que a mensagem de cada gene é separada e começa a produção de proteínas que vão formar seus descendentes.

Biólogos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) identificaram a região do núcleo onde se concentram centenas de cópias de um único gene, o SL (spliced leader ou seqüência líder), essencial para organizar essa aparente bagunça. É ele que vai marcar, em cada um dos outros genes já copiados, o ponto a partir do qual deve começar a produção das proteínas. Os genes SL se acumulam em uma região bem central do núcleo da célula: a fábrica de transcrição do gene SL.

Essa descoberta pode criar alternativas para a busca de compostos mais eficientes para o protozoário que infecta cerca de 18 milhões de pessoas na América Latina. "Se conseguirmos evitar que essa fábrica de transcrição se forme, talvez possamos impedir que esses parasitas se reproduzam", diz o biólogo Sergio Schenkman, coordenador do grupo que desvendou as peculiaridades dessa família de protozoários, que inclui o Trypanosoma brucei, causador da doença do sono, e representantes do gênero Leishmania, que provocam a leishmaniose.

Clique aqui para ler o texto completo da reportagem da edição 118 de Pesquisa FAPESP.

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