Foram investidos no ano passado R$ 1,013 bilhão em 19.692 projetos de pesquisa, valor 3,5% superior ao desembolsado em 2020

Relatório de Atividades da FAPESP mostra que 2021 foi um ano de retomada das atividades de pesquisa
06 de setembro de 2022
EN ES

Foram investidos no ano passado R$ 1,013 bilhão em 19.692 projetos de pesquisa, valor 3,5% superior ao desembolsado em 2020

Relatório de Atividades da FAPESP mostra que 2021 foi um ano de retomada das atividades de pesquisa

Foram investidos no ano passado R$ 1,013 bilhão em 19.692 projetos de pesquisa, valor 3,5% superior ao desembolsado em 2020

06 de setembro de 2022
EN ES

Foram investidos no ano passado R$ 1,013 bilhão em 19.692 projetos de pesquisa, valor 3,5% superior ao desembolsado em 2020

 

Jussara Mangini | Agência FAPESP – A FAPESP encerrou 2021 com uma carteira comprometida com projetos e bolsas, já aprovados e em execução, no valor de R$ 1,86 bilhão. Esse resultado sinaliza o esforço da Fundação para estimular o retorno à normalidade das atividades de pesquisa em São Paulo impactadas pela pandemia de COVID-19, em razão do comprometimento da operação de laboratórios e programas de pós-graduação, no país e no exterior.

“O ano de 2021 foi de transição, em que a sociedade e as comunidades acadêmica e empresarial retomaram progressivamente suas atividades, após a grande catástrofe da pandemia. A FAPESP procurou estimular o crescimento da atividade de pesquisa por meio de suas estratégias tradicionais e de iniciativas inovadoras, buscando resultados para aplicação direta na sociedade e nas políticas públicas”, diz Marco Antonio Zago, presidente da Fundação.

O Relatório de Atividades da FAPESP 2021 informa que a Fundação destinou R$ 1,013 bilhão (desembolso efetivo no ano) ao fomento de 19.692 projetos de pesquisa, valor 3,5% superior ao desembolsado em 2020.

O dispêndio com Auxílios à Pesquisa aumentou 15,6% em comparação com 2020 enquanto o fomento com Bolsas foi 10% inferior em relação ao mesmo período. Comparado ao patamar anterior à pandemia de COVID-19, o desembolso total de 2021 foi 19,4% inferior ao de 2019: uma redução de 23% dos recursos para Bolsas e de 16,4% para Auxílios.

Dos 19.692 projetos em andamento, 6.823 foram contratados no ano, selecionados entre as mais de 20 mil propostas submetidas à Fundação no período.

No que diz respeito ao apoio à formação de recursos humanos para C&T, a FAPESP desembolsou R$ 368,8 milhões com 11.469 bolsas regulares, da iniciação científica ao pós-doutorado, no país e no exterior. Esse número contabiliza as bolsas de formação não vinculadas a Auxílios e aquelas concedidas no orçamento dos projetos de pesquisa. O valor, embora corresponda a 36,4% do desembolso anual em 2021, é 11,7% inferior ao de 2020 e 25,3% menor do que o de 2019.

Para acelerar a reversão desse quadro, a FAPESP adotou uma série de iniciativas para estimular carreiras de pesquisa, criou novas modalidades de bolsa e de auxílios e lançou um programa de mentoria para pós-doutorandos de todas as áreas do conhecimento.

No período, cresceu 24% o aporte a projetos de Pesquisa para o Avanço do Conhecimento. Dos R$ 563,6 milhões, correspondentes a 55,6% do dispêndio total da Fundação, R$ 440,1 milhões foram direcionados a 5.338 pesquisas de longo prazo, desenvolvidas no âmbito de projetos Temáticos, Jovens Pesquisadores, dos 17 Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPIDs), entre outros programas. Em 2021 a FAPESP abriu processo de seleção de 18 novos CEPIDs, a serem escolhidos até 2026. Outros R$ 123,5 milhões foram destinados a projetos individuais de pesquisadores com título de doutor, implementados em curto prazo, por meio de Auxílios Regulares.

Também cresceu 24% o apoio à Pesquisa em Temas Estratégicos, modalidade que abrange um conjunto de programas por meio dos quais a FAPESP procura estimular investigações em temas-chave para o desenvolvimento do Estado de São Paulo.

O Programa de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) lançou um edital em conjunto com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente para a seleção de projetos relacionados à valorização de resíduos urbanos e agroindustriais com aplicação em bioenergia.

A FAPESP também lançou o segundo edital para a constituição de novos Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs), cujo resultado foi anunciado em agosto. Trata-se de uma nova abordagem de fomento, que articula pesquisas focadas em demandas sociais e econômicas de São Paulo, desenvolvidas em parceria por pesquisadores em universidades, secretarias de Estado, instituições públicas e privadas, no país e no exterior, e empresas.

A Pesquisa para Inovação recebeu R$ 86,6 milhões, equivalente a 8,6% do total desembolsado no ano e 12% inferior a 2020. Desse montante, R$ 63 milhões foram destinados para o programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE) no apoio a 1.346 projetos desenvolvidos por 209 startups e pequenas empresas em 44 municípios paulistas. Uma nova modalidade – PIPE-Transferência de Conhecimento (PIPE-TC) – foi criada para fomentar o desenvolvimento de soluções inovadoras por meio de parcerias entre empresas e instituições de pesquisa.

Para os 13 Centros de Pesquisa em Engenharia e Centros de Pesquisa Aplicada (CPEs/CPAs), constituídos em parceria com nove empresas e uma organização social, a FAPESP direcionou R$ 18,3 milhões. Em 2021, 203 projetos de pesquisa estavam em andamento. Três novos centros entraram em operação no ano: o primeiro em parceria com a Braskem, para pesquisa em plasticultura; o segundo com a GSK, para investigação de novos alvos para imunoterápicos em tumores que não respondem bem aos tratamentos atuais; e o terceiro com a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, voltado a estudos sobre a primeira infância.

Ainda na perspectiva do apoio à inovação, a FAPESP e o Sebrae-SP firmaram convênio no valor de R$ 150 milhões com o objetivo de financiar, por um período de seis anos, cerca de 150 empresas, no âmbito do programa PIPE, e facilitar o acesso ao mercado e o desenvolvimento de provas de conceito. A Fundação também lançou duas chamadas no âmbito do programa Finep - Tecnova II, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento de produtos ou processos inovadores de empresas.

Com o programa Pesquisa em Parceria para Inovação Tecnológica (PITE) foram gastos R$ 4,4 milhões, com destaque para o convênio firmado entre FAPESP e Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). As instituições vão cofinanciar projetos de pesquisa para a modernização do setor de saneamento.

Comemorações

Em 2021 teve início o calendário de atividades para a celebração dos 60 anos da FAPESP, completados em 23 de maio de 2022. Entre outras iniciativas, em 2021 foram realizadas sete das 17 Conferências FAPESP 60 anos planejadas para o biênio 2021-2022, que reuniram especialistas do Brasil e do exterior para debater temas estratégicos e contribuir para uma reflexão mais acurada sobre o futuro. Também no âmbito das comemorações, foram lançados seis dos dez fascículos digitais do livro FAPESP 60 anos – Ciência, Cultura e Desenvolvimento. A versão digital antecipou a edição impressa, que foi lançada na data do aniversário da Fundação.

A FAPESP busca criar e ampliar oportunidades de pesquisa colaborativa entre pesquisadores de instituições do Estado de São Paulo e de outros países. Em 2021, estavam vigentes 249 parcerias para colaboração e cofinanciamento em pesquisa com 190 organizações estrangeiras e 59 nacionais. Foram firmados sete novos acordos de cooperação e anunciadas 34 chamadas com 21 organizações estrangeiras e 11 nacionais.

Ao todo, a Fundação destinou R$ 134,8 milhões a 2.554 projetos de pesquisas colaborativas. A FAPESP também aderiu a duas chamadas internacionais – com a Trans-Atlantic Platform (T-AP) for the Social Sciences and Humanities e com a Organização das Nações Unidas (ONU) – para seleção de projetos de pesquisa colaborativa com o objetivo de propor soluções para mitigar os efeitos sociais da pandemia de COVID-19 e subsidiar políticas públicas voltadas à recuperação da crise econômica decorrente.

Em 2021, a FAPESP deu um passo importante para consolidar sua agenda de sustentabilidade mobilizando-se, junto com outras Fundações de Amparo à Pesquisa (FAPs) e seu Conselho Nacional (Confap), além do Conselho Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de CT&I (Consecti), para criar a Iniciativa Amazônia +10, com o objetivo de apoiar pesquisas científicas e tecnológicas sobre a floresta, as interações natureza e sociedade com vistas ao desenvolvimento sustentável e inclusivo da Amazônia Legal.

A FAPESP deu continuidade ao financiamento de projetos de pesquisa sobre o SARS-CoV-2 e a COVID-19 e seguiu apoiando o desenvolvimento de tecnologias voltadas ao diagnóstico e tratamento da doença, assim como de vacinas contra a doença. Apoiou a quinta e última fase do projeto EPICOVID-19 BR, que analisou a prevalência de infecção pelo SARS-CoV-2 em todo o país, e o Projeto S, em Serrana, um estudo conduzido pelo Instituto Butantan que avalia o impacto da vacina CoronaVac no combate à COVID-19.

Lançou a Campanha #VacinaSim, veiculada em vídeos nas redes sociais da Agência FAPESP. Em cada uma das postagens, pesquisadores e formadores de opinião enfatizaram a importância da vacinação no controle da doença e conclamaram o público a confiar na ciência e nas vacinas.

O interesse do grande público pela ciência, registrado em 2020, primeiro ano da pandemia, e a atenção da mídia nacional e internacional por conteúdo informativo produzido pelos veículos de divulgação científica da FAPESP se mantiveram em 2021: foram publicadas mais de 38 mil notícias sobre projetos de pesquisa apoiados pela FAPESP, volume 20% superior ao de 2020, a maioria delas divulgada pela Agência FAPESP e pela revista Pesquisa FAPESP. A essa visibilidade, somou-se o reconhecimento: em 2021 a Agência FAPESP ficou em primeiro lugar na categoria Agência de Notícias no Prêmio Einstein +Admirados da Imprensa de Saúde e Bem-Estar, concedido pelo site Jornalistas&Cia e pela Sociedade Beneficente Albert Einstein, e está concorrendo novamente na edição 2022 da premiação.

O Relatório de Atividades da FAPESP 2021 pode ser acessado em: fapesp.br/relatorio2021.
 

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.