Relações perigosas
03 de outubro de 2003

Dependentes de cocaína entre 20 e 40 anos que passaram mais de seis meses na prisão apresentam forte tendência de desenvolver sintomas infecciosos da tuberculose, diz estudo brasileiro

Relações perigosas

Dependentes de cocaína entre 20 e 40 anos que passaram mais de seis meses na prisão apresentam forte tendência de desenvolver sintomas infecciosos da tuberculose, diz estudo brasileiro

03 de outubro de 2003

 

Agência FAPESP - Pesquisa realizada com 440 usuários, internados em hospitais da região metropolitana de São Paulo, identificou os riscos que existem entre o uso da cocaína e o desenvolvimento de infecções pulmonares como a tuberculose.

Depois da tabulação dos dados, duas informações chamaram a atenção dos pesquisadores. De um lado, a prevalência de infecções típicas da tuberculose foi de 28% entre os pacientes que concordaram em responder ao questionário elaborado pelos pesquisadores. A taxa é bastante próxima da média registrada para o restante da população brasileira, que é de 30%.

O outro dado importante é que o estudo permitiu traçar, em linhas bem gerais, o perfil dos usuários de cocaína mais propensos a desenvolver infecções pulmonares, como ocorre na tuberculose.

A pesquisa mostra que dependentes com idade entre 20 e 40 anos, presos por mais de seis meses, estão em grupo de alto risco. O fato de as pessoas já terem estado presas e o número de vezes que isso havia ocorrido, não apresentaram significância estatística. O maior problema, segundo o estudo, foi o tempo passado na prisão. Quem ficou menos de 24 horas, por exemplo, apresentou chance bastante reduzida de desenvolver tuberculose apenas por causa desse fator.

Problemas respiratórios apareceram em 21% da amostra. A maioria dos viciados havia perdido peso e também apresentava tosse. Todos os sintomas desapareceram depois que o uso da cocaína foi interrompido no hospital.

A pesquisa foi feita por Olavo Franco Ferreira Filho, da Universidade Estadual de Londrina, Marilia Dalva Turchi, da Universidade Federal de Goiás, Ronaldo Laranjeira e Adauto Castelo, ambos da Universidade Federal de São Paulo.

O artigo científico, publicado na edição de junho do Jornal de Pneumologia, acaba de ser publicado na biblioteca virtual Scielo, no endereço: http:// www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-35862003000300003&lng=pt&nrm=iso&tlng=en.


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