Dezenas dos mais influentes assessores do governo britânico para assuntos relacionados à saúde e meio-ambiente têm estreitas relações com grandes empresas farmacêuticas e químicas, revela reportagem do jornal The Observer
Dezenas dos mais influentes assessores do governo britânico para assuntos relacionados à saúde e meio-ambiente têm estreitas relações com grandes empresas farmacêuticas e químicas, revela reportagem do jornal The Observer
Em reportagem publicada no domingo (13/7), o diário tornou público a preocupação do governo britânico com o assunto, conforme descrita no dossiê preparado pelo Departamento para Assuntos de Meio-ambiente e Agricultura (Defra). Os documentos revelam pela primeira vez a estreita relação entre as empresas e cientistas contratados pelo governo na qualidade de assessores.
Segundo o dossiê, muitos dos assessores pertencem ao quadro de funcionários e alguns até mesmo possuem ações das empresas citadas. O relatório mostra o descontentamento dos ministros Michael Meacher (Meio-ambiente) e Lord Whitty (Agricultura), preocupados que tais cientistas estivessem à frente de comitês dos mais diversos, que discutiam da qualidade do ar aos organismos geneticamente modificados.
Alguns exemplos obtidos no dossiê:
"Os comitês têm importância crítica. Eles fornecem opiniões definitivas que servem como base para as ações dos ministérios. Eu tenho defendido que ninguém com relações comerciais significativas deveria ter a permissão de participar de tais comitês. É fundamental que eles sejam realmente independentes", disse Mercher ao The Observer.
"Como o público pode confiar no que os ministérios dizem se seus conselhos e posições são derivados de pessoas com relações nas indústrias?", questiona ao jornal Tony Juniper, diretor do Friends of the Earth.
Ouvidos pelo diário inglês, cientistas se defenderam, negando que o fato de terem relações com empresas pudesse prejudicar na qualidade do trabalho de assessoria ao governo.
Citado no dossiê, Alan Boobis disse: "A maioria dos cientistas de reputação internacional têm ou tiveram relações com a indústria no passado. Mas, é ridículo dizer que colocaríamos em risco nossa integridade profissional só porque temos umas poucas ações de empresas".
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