Relações instantâneas
13 de setembro de 2004

Pesquisa feita em duas universidades norte-americanas mostra que, ao conhecer alguém, os primeiros dez minutos podem decidir se o encontro se transformará ou não em futura amizade

Relações instantâneas

Pesquisa feita em duas universidades norte-americanas mostra que, ao conhecer alguém, os primeiros dez minutos podem decidir se o encontro se transformará ou não em futura amizade

13 de setembro de 2004

 

Agência FAPESP - A primeira impressão é a que fica, mas não se imaginava que ela fosse tão instantânea. Ao conhecer uma nova pessoa, os primeiros dez minutos podem decidir se o encontro se transformará ou não em amizade no futuro. Com menos tempo que isso, ainda que meros três minutos, um indivíduo decide que tipo de relacionamento terá – se é que vai ter – com um novo conhecido.

As conclusões são de um estudo feito em duas universidades norte-americanas e publicada no Journal of Social and Personal Relationships. Os autores, Artemio Ramirez Jr., da Universidade do Estado de Ohio, e Michael Sunnafrank, da Universidade de Minnesota, contaram com a ajuda de 164 voluntários, todos calouros das duas instituições. Os alunos foram reunidos no primeiro dia de aula, aos pares, com indivíduos do mesmo sexo que até então não conheciam.

Os participantes foram divididos em grupos que conversaram durante três, seis e dez minutos. Depois dos encontros, preencheram questionários em que responderam como achavam que o relacionamento com o recém-conhecido se desenrolaria no futuro, em classificações que iam de "meros conhecidos" a "amigos íntimos". Também disseram quanto achavam que tinham em comum com o outro.

Nove semanas depois, os voluntários passaram por novo questionário, para determinar o tipo de relacionamento que evoluiu a partir do primeiro encontro. Os resultados mostraram que a primeira impressão definiu como se comportou a relação entre os alunos. Aqueles que responderam mais positivamente, classificando o encontro como de grande potencial, foram os que acabaram mais próximos, relatando no segundo questionário amizade ou amizade íntima.

A avaliação feita no primeiro encontro foi mais predominante para a evolução do relacionamento do que a quantidade de pontos em comum, obtidos a partir do questionário. Outro ponto surpreendente é que os resultados foram os mesmos para todos os encontros, não importando se tiveram três, seis ou dez minutos.

"Os julgamentos são muito rápidos. Fazemos uma previsão sobre o tipo de relacionamento que teremos com a pessoa e isso ajuda a determinar o quanto estaremos colocando nessa relação", disse Ramirez. "Se a primeira impressão foi negativa, a comunicação em seguida passa a ser restrita, dificultando o desenvolvimento de qualquer tipo de amizade."

Os cientistas norte-americanos acreditam que o comportamento deve ser o mesmo para encontros de pessoas com diferentes sexos. "Relacionamentos românticos provavelmente são similares aos que estudamos: eles começam com os participantes fazendo julgamentos muito rapidamente. Queremos avaliar essa possibilidade no futuro", afirmou Ramirez.


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