Dois artigos na Nature mostram avanços genéticos que poderão ajudar a enfrentar melhor cada um dos tipos de tumores. A escolha do tipo certo de medicamento pode ser fundamental no controle da doença
Dois artigos na Nature mostram avanços genéticos que poderão ajudar a enfrentar melhor cada um dos tipos de tumores. A escolha do tipo certo de medicamento pode ser fundamental no controle da doença
Dois trabalhos publicados na edição on-line da revista Nature no domingo (6/11) mostram avanços nas descobertas nesse sentido. Um dos artigos, assinado por Joseph Nevins, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e colaboradores, é resultado do estudo de vários padrões de expressões gênicas. Todos os processos estão envolvidos com a ativação de sinais moleculares que causam o câncer.
Usando técnicas que analisaram ao mesmo tempo diversas das assinaturas genéticas, os pesquisadores conseguiram identificar quais pacientes com câncer de mama, ovário ou pulmão tinham características que os tornavam candidatos a desenvolver a doença. Também foi descrito no trabalho a habilidade de identificar caminhos moleculares que provocam o surgimento do tumor – e que podem ser usados para detectar a sensibilidade do paciente à doença e, portanto, desvendar o caminho de ação de determinada droga.
O outro artigo, do grupo liderado por Neal Rosen, do Centro Sloan-Kettering de Câncer, em Nova York, trilha caminhos paralelos aos escolhidos pelos cientistas da Universidade de Duke. Uma das perguntas centrais é: como drogas anticâncer podem ser formatadas para encontrar com precisão o perfil genético dos tumores?
É sabido que uma mutação específica dos genes Ras e Braf acaba provocando o câncer ao ativar um caminho enzimático bastante comum no desequilíbrio do sistema celular. O novo estudo, entretanto, acaba de descobrir que apenas os portadores da mutação no gene Braf são sensíveis à droga usada para regular a atividade das enzimas afetadas por esse específico desequilíbrio cromossômico.
Ou seja, em breve, testes genéticos poderão ser feitos para que o benefício do tratamento com a droga existente seja conhecido antes mesmo de ele começar. Os indivíduos portadores apenas da mutação Ras terão que ser submetidos a um outro tipo de tratamento.
Mais informações: www.nature.com
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