Relações exatas
07 de novembro de 2005

Dois artigos na Nature mostram avanços genéticos que poderão ajudar a enfrentar melhor cada um dos tipos de tumores. A escolha do tipo certo de medicamento pode ser fundamental no controle da doença

Relações exatas

Dois artigos na Nature mostram avanços genéticos que poderão ajudar a enfrentar melhor cada um dos tipos de tumores. A escolha do tipo certo de medicamento pode ser fundamental no controle da doença

07 de novembro de 2005

 

Agência FAPESP - O câncer, em grande parte dos casos, é uma doença bastante controlável quando detectada no início. Parte do problema, entretanto, está em que muitas pessoas não respondem corretamente aos tratamentos disponíveis. Por conta disso, conhecer melhor os caminhos genéticos dos tumores é uma saída para a criação de novas drogas, mais específicas e eficazes.

Dois trabalhos publicados na edição on-line da revista Nature no domingo (6/11) mostram avanços nas descobertas nesse sentido. Um dos artigos, assinado por Joseph Nevins, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e colaboradores, é resultado do estudo de vários padrões de expressões gênicas. Todos os processos estão envolvidos com a ativação de sinais moleculares que causam o câncer.

Usando técnicas que analisaram ao mesmo tempo diversas das assinaturas genéticas, os pesquisadores conseguiram identificar quais pacientes com câncer de mama, ovário ou pulmão tinham características que os tornavam candidatos a desenvolver a doença. Também foi descrito no trabalho a habilidade de identificar caminhos moleculares que provocam o surgimento do tumor – e que podem ser usados para detectar a sensibilidade do paciente à doença e, portanto, desvendar o caminho de ação de determinada droga.

O outro artigo, do grupo liderado por Neal Rosen, do Centro Sloan-Kettering de Câncer, em Nova York, trilha caminhos paralelos aos escolhidos pelos cientistas da Universidade de Duke. Uma das perguntas centrais é: como drogas anticâncer podem ser formatadas para encontrar com precisão o perfil genético dos tumores?

É sabido que uma mutação específica dos genes Ras e Braf acaba provocando o câncer ao ativar um caminho enzimático bastante comum no desequilíbrio do sistema celular. O novo estudo, entretanto, acaba de descobrir que apenas os portadores da mutação no gene Braf são sensíveis à droga usada para regular a atividade das enzimas afetadas por esse específico desequilíbrio cromossômico.

Ou seja, em breve, testes genéticos poderão ser feitos para que o benefício do tratamento com a droga existente seja conhecido antes mesmo de ele começar. Os indivíduos portadores apenas da mutação Ras terão que ser submetidos a um outro tipo de tratamento.

Mais informações: www.nature.com


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