Regenerar e crescer
01 de junho de 2004

Pesquisadores do CBPF criam material sintético que promove a regeneração de cavidades ósseas ou dentárias e possibilita o crescimento do osso em pouco tempo. Novidade também pode ser aplicada na limpeza de regiões poluídas

Regenerar e crescer

Pesquisadores do CBPF criam material sintético que promove a regeneração de cavidades ósseas ou dentárias e possibilita o crescimento do osso em pouco tempo. Novidade também pode ser aplicada na limpeza de regiões poluídas

01 de junho de 2004

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Um osso sintético de fácil uso clínico, que pode ser empregado em implantes e próteses para preencher cavidades ósseas ou dentárias. O material, uma biocerâmica à base de fosfato de cálcio, tem composição química similar a de estruturas que formam o tecido humano e serve como matriz para a regeneração das células ósseas. Pode ser implantado e permanecer por longos períodos de tempo em regiões do corpo que sofreram perdas ósseas.

Todas essas características estão presentes no osso sintético que está sendo desenvolvido por pesquisadores do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Mas o cientistas foram mais longe e estão conseguindo um produto diferenciado em relação aos existentes no mercado, uma vez que o novo material serve também como indutor do crescimento ósseo.

"O objetivo é produzir um material que estimule ao mesmo tempo a regeneração e o crescimento do osso num curto espaço de tempo, aliviando a dor do paciente", disse Alexandre Malta Rossi, do Grupo de Materiais Biocerâmicos do CBPF, à Agência FAPESP.

Por conta disso, os cientistas trabalham com cristais em formatos nanoestruturados equivalentes aos fosfatos de cálcio. "Estamos criando um material sintético muito próximo à fase mineral do osso, assimilando componentes orgânicos que servem como estimulantes, como, por exemplo, as moléculas responsáveis pela formação das células ósseas", explica.

O novo material está em fase de testes "in vitro". Os testes em humanos, segundo Rossi, serão realizados em breve. As pesquisas desenvolvidas no CBPF indicam que, além da área médica, a cerâmica poderá ser usada para absorver metais pesados e tóxicos em aplicações que visem à limpeza de águas poluídas, rejeitos industriais e solos contaminados.

O estudo conta com a participação dos grupos coordenados por Rossi e por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro: Glória Soares (Departamento de Metalurgia e Materiais), Marcos Farina (Instituto de Ciências Biomédicas), Maria H. R. Leão (Instituto de Química) e Radovan Borojevic (Departamento de Histologia e Embriologia).


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