Após conseguirem diferenciar células-tronco em osteoblastos animais, pesquisadores da Unesp partem para novos desafios (foto: N.Geijsen/NSF)
Após conseguirem diferenciar células-tronco em osteoblastos animais e provar que tecidos ósseos podem se aderir a implantes de titânio, pesquisadores da Unesp partem para novos desafios. Um deles: utilizar as células ósseas em fraturas críticas
Após conseguirem diferenciar células-tronco em osteoblastos animais e provar que tecidos ósseos podem se aderir a implantes de titânio, pesquisadores da Unesp partem para novos desafios. Um deles: utilizar as células ósseas em fraturas críticas
Após conseguirem diferenciar células-tronco em osteoblastos animais, pesquisadores da Unesp partem para novos desafios (foto: N.Geijsen/NSF)
Agência FAPESP - Um esforço de pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu, poderá, em alguns anos, significar um novo capítulo na história da medicina nacional. Os primeiros resultados, obtidos a partir da inserção de células-tronco humanas em camundongos e coelhos, são bastante animadores.
"Já conseguimos diferenciar células-tronco periféricas em osteoblastos (células ósseas) e provar que existe adesão e desenvolvimento de tecidos em superfícies de titânio usadas em implantes dentários", disse Elenice Deffune, do Laboratório de Engenharia Celular do Hemocentro da Faculdade de Medicina da Unesp, à Agência FAPESP.
Mas nesse ambicioso projeto de desenvolver células-tronco em osso ou cartilagem, muito passos ainda precisam ser dados, alertam os cientistas. Até aqui, o caminho trilhado mostra que há motivos para se continuar, mas o objetivo final ainda está longe de ser atingido. Pelo menos dez anos, de acordo com as estimativas dos cientistas.
"A vida é breve, a ciência, duradoura, a oportunidade, ardilosa, a experimentação, perigosa e o julgamento, difícil", disse Elenice, citando o filósofo grego Hipócrates. Segundo ela, no caso dos projetos em andamento em Botucatu, os testes em modelos humanos apenas serão feitos em uma etapa futura. "Primeiro, teremos que validar os nossos protocolos em animais, o que não ocorrerá antes de três a quatro anos. Não podemos dar falsas expectativas", explica.
A preocupação da cientista paranaense radicada no interior de São Paulo tem procedência. Principalmente, quando se observam os novos projetos que vêm sendo conduzidos na instituição, após os cientistas terem, com sucesso, transformado células-tronco em células ósseas.
"Os trabalhos de utilização desses tecidos em cirurgias reparadoras, onde existem fraturas críticas, estão em andamento. O mesmo vale para os procedimentos de obtenção de cartilagem", explica Elenice. Em ambos os casos, outros departamentos da Faculdade de Medicina e da Unesp também participam. Em uma dessas colaborações, por exemplo, está se estudando a possibilidade de usar os osteoblastos na recuperação da calota craniana.
Por não se tratar, em nenhum desse projetos, do uso de células-tronco embrionárias, mas sim de uma espécie de auto-transplante, porque o material genético usado é fruto de doações feitas para o transplante de medulas ósseas, Elenice acredita que, pelo menos em relação à questão ética, o problema está resolvido.
"Os pesquisadores, quando lançam um olhar claro e uma observação atenciosa sobre os processos naturais de edificações do tecidos podem copiar a natureza com harmonia e oferecer uma tecnologia que possa ser usufruída por todos", filosofa.
A pesquisa feita na Unesp conta com apoio da Fundação Amaral Carvalho, de Jaú, e da Universidade do Sagrado Coração, de Bauru.
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