Projeto Sorface, desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina e inspirado em peixes das profundezas oceânicas, tem como objetivo identificar pessoas pelo cálculo do volume do rosto
Projeto Sorface, desenvolvido na Universidade Federal de Santa Catarina e inspirado em peixes das profundezas oceânicas, tem como objetivo identificar pessoas pelo cálculo do volume do rosto
"Por uma imagem de frente, não podemos saber se a pessoa tem, por exemplo, nariz grande ou pequeno, assim como por uma imagem de perfil não dá para saber se o rosto é largo ou fino", diz Barreto à Agência FAPESP .
Barreto afirma que a inspiração do projeto partiu de uma antiga paixão, a Biologia. "Quando criança, me encantava com os peixinhos que, pelas sombras percebidas por intermédio de um apêndice luminoso, tinham conhecimento de volume dos objetos observados", disse. Os peixes que vivem em regiões profundas dos oceanos, a mais de mil metros, apresentam uma fonte luminosa na extremidade de um apêndice, que está localizado acima dos olhos. Como tudo é muito escuro naquelas profundidades, a sombra é que ajuda o animal a perceber se existe, ou não, algum outro objeto por perto. "Se a sombra fica deformada, é porque existe volume", explica Barreto.
Assim como nos oceanos, as informações que alimentam o sistema desenvolvido na UFSC partem de sombras. A imagem do rosto da pessoa é captada por intermédio de uma câmera digital. O equipamento também tem uma fonte luminosa que é recoberta por uma espécie de rede. Exatamente a projeção desta rede sobre o rosto é que provoca as sombras. "Se o objeto fosse plano, paralelo à rede, obteríamos uma imagem de sombra idêntica à rede. Como a face é volumétrica, essa sombra fica disforme, que é justamente o que dá a noção de volume", diz.
Segundo Barreto, o sistema poderá, por exemplo, ser utilizado em agências bancárias ou em outro local que precise ter controle de acesso. "Gabinete de diretores de empresa, salas de reunião de diretoria, sistema de segurança da polícia, sala de controle de cálculo e acesso a computadores centrais são algumas possibilidades", diz Barreto.
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