Imagens do primeiro raio filmado com câmera rápida no Brasil (foto: Elat/Inpe)

Rápida como um raio
04 de dezembro de 2003

Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais adquire câmera capaz de registrar até 8 mil imagens por segundo. "É a primeira vez no Brasil em que são desenvolvidos estudos sobre raios com a ajuda de uma câmera tão rápida", disse Marcelo Saba, coordenador do projeto

Rápida como um raio

Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais adquire câmera capaz de registrar até 8 mil imagens por segundo. "É a primeira vez no Brasil em que são desenvolvidos estudos sobre raios com a ajuda de uma câmera tão rápida", disse Marcelo Saba, coordenador do projeto

04 de dezembro de 2003

Imagens do primeiro raio filmado com câmera rápida no Brasil (foto: Elat/Inpe)

 

Por Thiago Romero

Agência FAPESP - Uma câmera de vídeo capaz de filmar detalhadamente todas as fases de um raio, desde o início de sua descarga elétrica na nuvem até seu contato com o solo foi adquirida recentemente pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Trata-se da Redlake PCI 8000S, que registra até 8 mil imagens por segundo, enquanto um equipamento convencional capta apenas 30 imagens no mesmo intervalo de tempo.

"É a primeira vez no Brasil em que são desenvolvidos estudos sobre raios com a ajuda de uma câmera tão rápida", disse Marcelo Saba, pesquisador do Elat, à Agência FAPESP. "Com o equipamento, estamos fazendo uma análise detalhada das descargas elétricas no país, em particular sobre na região de São José dos Campos, no interior de São Paulo".

Os dados mostram que, no Brasil, morrem todos os anos cerca de 100 pessoas em acidentes com descargas atmosféricas. Os estudos realizados com a nova câmera já revelaram dados importantes que poderão ser úteis em trabalhos de prevenção. "Descobrimos por exemplo que, a cada 100 raios, o solo é atingido em 140 pontos", disse Saba.

"As vantagens não se limitam à análise de todos os caminhos percorridos pelo raio na atmosfera", disse o pesquisador do Elat. As investigações permitem também saber a duração e a quantidade exata da descarga elétrica emitida por um único raio.

A câmera, que custou cerca de US$ 20 mil, foi adquirida com apoio da FAPESP.


A Redlake PCI 8000S em ação:

Na seqüência de fotos nesta página, o passo a passo de um raio conforme descrito por Marcelo Saba, do Elat/Inpe:

1) Tempo = 0 - A ponta de um líder escalonado de um raio aparece no canto superior esquerdo da imagem.

2) Tempo = 1 milissegundo (ms) - Outra ponta do líder no lado direito da imagem.

3) Tempo = 3 ms - As duas pontas tem uma mesma origem na nuvem de tempestade, que não aparece na imagem.

4) Tempo = 4 ms - As pontas buscam em seu movimento descendente um ponto de contato com o solo.

5) Tempo = 5 ms - A ramificação esquerda leva a outra e está prestes a completar o caminho da descarga.

6) Tempo = 6 ms - A ramificação esquerda completa o caminho entre a nuvem e o solo. Toda a corrente elétrica é transmitida por ela e muita luz é produzida neste momento.

7) Tempo = 7 ms - A corrente elétrica diminui e o canal do raio vai aos poucos perdendo a sua luminosidade.


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