Observatório Auger, colaboração internacional formada por cientistas de 17 países, torna público dados sobre raios cósmicos ultra-energéticos (foto: Obs.Auger)

Raios abertos
11 de julho de 2007

Observatório Auger, colaboração internacional formada por cientistas de 17 países, torna público dados sobre raios cósmicos ultra-energéticos. Estudantes de todo o mundo podem acessar

Raios abertos

Observatório Auger, colaboração internacional formada por cientistas de 17 países, torna público dados sobre raios cósmicos ultra-energéticos. Estudantes de todo o mundo podem acessar

11 de julho de 2007

Observatório Auger, colaboração internacional formada por cientistas de 17 países, torna público dados sobre raios cósmicos ultra-energéticos (foto: Obs.Auger)

 

Agência FAPESP – O Observatório Pierre Auger, localizado aos pés das cordilheiras dos Andes, começou a divulgar dados obtidos nas observações de raios cósmicos ultra-energéticos, cuja origem ainda é desconhecida.

O projeto tem como alvo estudantes e professores dos ensinos fundamental e médio de qualquer país. A idéia é auxiliar no ensino de vários conteúdos de física, a partir dos resultados das observações que fornecem informações sobre o cosmo e as partículas que o compõem.

A iniciativa é parte de um projeto educacional do Observatório Auger, o maior laboratório de raios cósmicos do mundo, que ocupa uma área de 3 mil km² – o equivalente a três vezes o município do Rio de Janeiro – no oeste desértico e seco da Argentina, nos chamados Pampas Amarillos.

Os dados serão publicados diariamente em www.auger.org e www.auger.org.ar e estarão disponíveis tanto na forma gráfica como em tabelas. Neles, estarão incluídas informações (como energia ou direção) sobre a "chuveirada" formada por até bilhões de partículas e causada pelo choque de um raio cósmico ultra-energético contra um núcleo atômico da atmosfera.

Raios cósmicos, apesar da designação, são formados por núcleos atômicos que chegam à atmosfera terrestre com energias altíssimas. Para se ter uma idéia, um núcleo com mais de 5 x 1019 elétrons-volt (eV) tem energia equivalente à carregada por uma bola de tênis a 200 km/h, ainda que o núcleo atômico seja bilhões e bilhões de vezes menor do que um grão de areia.

Se um raio cósmico ultra-energético tivesse um grama de massa, seu choque contra a Terra seria equivalente ao do monte Everest viajando rumo ao solo a 200 mil km/h. O chuveiro de partículas desce a uma velocidade próxima da luz e é captado pelos detectores terrestres (formados por tanques cheios de água pura, além de eletrônica sofisticada) e telescópios especiais (com uma geometria de espelhos que lembra uma colméia).

O Observatório Pierre Auger é uma colaboração internacional formada por cientistas de 17 países (incluindo o Brasil, que tem oito instituições participantes). O principal objetivo científico do Auger é desvendar a origem dos raios cósmicos ultra-energéticos. Quando sua construção estiver totalmente completa, no fim deste ano, o laboratório contará com 1,6 mil detectores de superfície (atualmente, já foram instalados 1,2 mil) e 24 telescópios especiais – para captar o tênue rastro de luz ultravioleta deixado pelo chuveiro ao atravessar a atmosfera.

Também será construído o Auger Norte, em Lamar, no Colorado, Estados Unidos, com 10 mil km² de área, para o estudo do céu setentrional. Os primeiros tanques, que formam a principal estrutura dos detectores terrestres, acabam de chegar ao local. Os tanques foram fabricados em Carazinho, no Rio Grande do Sul.


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.