Cientistas descobrem anormalidade neuroquímica em adultos com insônia primária, que têm níveis menores de um neurotransmissor que induz a inibição do sistema nervoso central

Química da insônia
03 de novembro de 2008

Cientistas descobrem anormalidade neuroquímica em adultos com insônia primária, que têm níveis menores de um neurotransmissor que induz a inibição do sistema nervoso central

Química da insônia

Cientistas descobrem anormalidade neuroquímica em adultos com insônia primária, que têm níveis menores de um neurotransmissor que induz a inibição do sistema nervoso central

03 de novembro de 2008

Cientistas descobrem anormalidade neuroquímica em adultos com insônia primária, que têm níveis menores de um neurotransmissor que induz a inibição do sistema nervoso central

 

Agência FAPESP – Uma pesquisa publicada na edição de 1º de novembro do Journal Sleep traz a primeira demonstração de uma anormalidade neuroquímica específica em adultos com insônia primária. A afirmação é da Academia Norte-Americana de Medicina do Sono, que destaca que o estudo amplia o conhecimento ainda limitado sobre o problema.

Segundo a instituição, a insônia crônica, cujos sintomas permanecem por pelo menos um mês, afeta cerca de 10% dos adultos nos países industrializados e é o tipo mais comum de distúrbio do sono.

Freqüentemente se trata de um problema associado com doenças, distúrbios mentais ou a ingestão de determinados medicamentos ou substâncias químicas. Cerca de 25% das pessoas com insônia têm insônia primária, definida pela dificuldade de iniciar ou de manter o sono e pela sensação de não ter um sono reparador.

O novo estudo identificou uma redução de 30% nos níveis de ácido gama-aminobutírico, neurotransmissor que induz a inibição do sistema nervoso central, em indivíduos que sofrem de insônia primária há mais de seis meses.

De acordo com os autores, os resultados sugerem que a insônia primária é uma manifestação de um estado neurobiológico de hiperatividade. “O ácido gama-aminobutírico está presente em níveis reduzidos em indivíduos com insônia, o que indica que a hiperatividade está presente não apenas na forma de pensamentos e emoções excessivas, mas que também pode ser detectada no sistema nervoso central”, disse o principal autor do estudo, John Winkelman, do Brigham and Women's Hospital, ligado à Escola Médica Harvard.

O ácido gama-aminobutírico diminui a atividade geral em diversas regiões cerebrais, ajudando o cérebro a “se desligar”. Agitação e dificuldade de “desligar” são reclamações comuns em pessoas com insônia primária.

De acordo com Winkelman, entender que o problema está associado com uma deficiência neuroquímica específica ajudará a validar a freqüentemente mal compreendida reclamação de insônia e de suas conseqüências, como dificuldade de concentração, cansaço e irritabilidade durante o dia.

O estudo, ainda preliminar, incluiu 16 voluntários entre 25 e 55 anos, divididos entre os dois sexos, com problemas para iniciar ou manter o sono por pelo menos seis meses. A duração média dos sintomas era de dez anos. Espectroscopia de prótons por ressonância magnética foi usada como método não-invasivo para determinar os níveis de ácido gama-aminobutírico.

O artigo Reduced brain Gaba in primary insomnia: Preliminary data from 4T Proton Magnetic Resonance Spectroscopy (1H-MRS), de John Winkelman e outros, pode ser lido por assinantes do Journal Sleep em www.journalsleep.org.

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