Questionários contra a fome

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Agência FAPESP* –
 Por Thiago Romero 

Agência Fapesp - Avaliar a questão da segurança alimentar no Brasil tornou-se um desafio científico. Com este objetivo em mente, Ana Maria Segall Corrêa, do departamento de Medicina Preventiva e Social da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Rafael Escamilla, da Universidade de Connecticut (USA), acabam de criar uma pesquisa piloto que está sendo aplicada em quatro regiões do País. A intenção dos cientistas é criar um instrumento capaz de analisar o problema da fome entre os brasileiros. 

O questionário com 43 questões, desenvolvido em Cornell, Nova York, foi aplicado em Campinas, Manaus, Brasília e no estado da Paraíba. As perguntas, consideradas modelo, são as mesmas já usadas em trabalhos semelhantes realizados na Indonésia, no Senegal e no próprio Estados Unidos. As cidades brasileiras foram escolhidas com base nas rendas familiares da população. 

"A nossa proposta é aplicar este modelo de questionário na população em geral, como funcionam as pesquisas do IBGE. Um inquérito nacional poderá avaliar as áreas de risco que sofrem com o problema da fome", disse Ana Maria Segall à Agência FAPESP. 

Os resultados preliminares são graves. Em Campinas, por exemplo, onde 125 famílias foram avaliadas, 40% dos grupos que vivem com apenas um salário mínimo apresentaram casos de insegurança alimentar grave. Crianças estão incluídas nesta amostra. 

Pela definição conceitual, segurança alimentar é entendida como a criação de meios para a certeza do acesso contínuo de alimentos em quantidade suficiente e qualidade adequada, obtido por meio social aceitável, de forma a garantir saúde e bem estar às pessoas.

A pesquisa completa feita nas quatro regiões, que contou com recursos do Governo Federal da ordem de R$ 70 mil, será apresentada ao Ministério da Saúde no dia 25 de julho, em Brasília. Segundo Ana Maria, as autoridades federais da área de saúde terão em mãos uma metodologia eficaz para a identificação dos focos de segurança alimentar. 

O problema é saber de que forma isto será utilizado. "É bem provavel que o Ministério da Saúde e o da Segurança Alimentar utilizem este questionário para fazer um inquérito contínuo de segurança alimentar em todo o Brasil", diz a pesquisadora da Unicamp. 

Para Lúcia Yuyama, pesquisadora e coordenadora da área de saúde do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), entidade responsável pela aplicação dos questionários em Manaus, a ferramenta poderá ter uma boa utilidade no caso brasileiro. "Este instrumento vai subsidiar a avaliação futura do impacto da cobertura do programa Fome Zero", diz Lúcia.

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<b> Por Thiago Romero </b>
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<b>Agência Fapesp</b> - Avaliar a questão da segurança alimentar no Brasil tornou-se um desafio científico. Com este objetivo em mente, Ana Maria Segall Corrêa, do departamento de Medicina Preventiva e Social da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e Rafael Escamilla, da Universidade de Connecticut (USA), acabam de criar uma pesquisa piloto que está sendo aplicada em quatro regiões do País. A intenção dos cientistas é criar um instrumento capaz de analisar o problema da fome entre os brasileiros. 
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O questionário com 43 questões, desenvolvido em Cornell, Nova York, foi aplicado em Campinas, Manaus, Brasília e no estado da Paraíba. As perguntas, consideradas modelo, são as mesmas já usadas em trabalhos semelhantes realizados na Indonésia, no Senegal e no próprio Estados Unidos. As cidades brasileiras foram escolhidas com base nas rendas familiares da população. 
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"A nossa proposta é aplicar este modelo de questionário na população em geral, como funcionam as pesquisas do IBGE. Um inquérito nacional poderá avaliar as áreas de risco que sofrem com o problema da fome", disse Ana Maria Segall à <b>Agência FAPESP</b>. 
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Os resultados preliminares são graves. Em Campinas, por exemplo, onde 125 famílias foram avaliadas, 40% dos grupos que vivem com apenas um salário mínimo apresentaram casos de insegurança alimentar grave. Crianças estão incluídas nesta amostra. 
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Pela definição conceitual, segurança alimentar é entendida como a criação de meios para a certeza do acesso contínuo de alimentos em quantidade suficiente e qualidade adequada, obtido por meio social aceitável, de forma a garantir saúde e bem estar às pessoas.
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A pesquisa completa feita nas quatro regiões, que contou com recursos do Governo Federal da ordem de R$ 70 mil, será apresentada ao Ministério da Saúde no dia 25 de julho, em Brasília. Segundo Ana Maria, as autoridades federais da área de saúde terão em mãos uma metodologia eficaz para a identificação dos focos de segurança alimentar. 
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O problema é saber de que forma isto será utilizado. "É bem provavel que o Ministério da Saúde e o da Segurança Alimentar utilizem este questionário para fazer um inquérito contínuo de segurança alimentar em todo o Brasil", diz a pesquisadora da Unicamp. 
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Para Lúcia Yuyama, pesquisadora e coordenadora da área de saúde do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), entidade responsável pela aplicação dos questionários em Manaus, a ferramenta poderá ter uma boa utilidade no caso brasileiro. "Este instrumento vai subsidiar a avaliação futura do impacto da cobertura do programa Fome Zero", diz Lúcia.
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