Luiz Pinguelli Rosa defende a adoção de projeto para estabelecer metas de redução do desmatamento e de queimadas na Amazônia. Brasil deverá apresentar proposta na próxima reunião dos países do G8, em setembro (foto: Thiago Romero)

Questão de urgência
20 de julho de 2005

Luiz Pinguelli Rosa defende a adoção de projeto para estabelecer metas de redução do desmatamento e de queimadas na Amazônia. Brasil deverá apresentar proposta na próxima reunião dos países do G8, em setembro

Questão de urgência

Luiz Pinguelli Rosa defende a adoção de projeto para estabelecer metas de redução do desmatamento e de queimadas na Amazônia. Brasil deverá apresentar proposta na próxima reunião dos países do G8, em setembro

20 de julho de 2005

Luiz Pinguelli Rosa defende a adoção de projeto para estabelecer metas de redução do desmatamento e de queimadas na Amazônia. Brasil deverá apresentar proposta na próxima reunião dos países do G8, em setembro (foto: Thiago Romero)

 

Por Thiago Romero, de Fortaleza

Agência FAPESP - No Brasil, 77% das emissões dos gases de efeito estufa são causadas por queimadas. Apenas esse dado serve de base para que a comunidade científica e o governo federal se conscientizem de um fator importante: a melhor forma de prevenir o aquecimento global é a adoção de políticas públicas que consigam diminuir o desmatamento.

A afirmação é do físico Luiz Pinguelli Rosa, secretário executivo do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, dirigido atualmente pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. "Só o desmatamento na região amazônica é responsável por 70% dos gases de efeito estufa. Esse é o maior problema brasileiro sob o ponto de vista das mudanças climáticas", disse em seminário 57ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Fortaleza, que abordou os impactos regionais das variações climáticas globais, na tarde de terça-feira (19/7).

"É impossível manter a Amazônia intocável, mas devemos combater o desmatamento de forma mais severa, senão os prejuízos para o futuro serão incalculáveis. É preciso mobilizar o exército brasileiro nas regiões mais críticas. Com essa fiscalização, seria possível aplicar vários tipos de punições para os grupos que desmatarem", disse Pinguelli, que também é professor da Coordenação dos Programas de Pós-Graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O pesquisador apontou uma possível solução para a questão. Trata-se de uma proposta encaminhada ao governo federal para que o Brasil estabeleça metas de redução do desmatamento como forma de diminuir as emissões de dióxido de carbono. "Além de evitar a destruição da floresta, o objetivo é promover a redução da emissão de poluentes que ameaçam mudanças globais drásticas no clima da Terra em um futuro próximo", afirmou.

O assunto será abordado na próxima reunião dos países do G8, marcada para setembro, que será dedicada ao tema das mudanças climáticas. Para Pinguelli, a proposta brasileira pode ser um importante passo para um acordo global de desflorestamento.

"Por enquanto, não temos um número que represente o quanto seria possível deixar de desmatar. O que temos é um princípio que será debatido com o governo. A principal meta é adotar políticas que consigam desestimular as queimadas no país por razões econômicas", disse Pinguelli à Agência FAPESP.


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