Modelos matemáticos vão estudar a poluição do ar em São Paulo no nível local e global
(imagem: Laboratório Master)

Qualidade dobrada
12 de janeiro de 2006

Modelo computacional para estudo da poluição em cidades, desenvolvido pelo Programa de Pesquisa Urbana em Meteorologia e Meio Ambiente da ONU, é apresentado em São Paulo

Qualidade dobrada

Modelo computacional para estudo da poluição em cidades, desenvolvido pelo Programa de Pesquisa Urbana em Meteorologia e Meio Ambiente da ONU, é apresentado em São Paulo

12 de janeiro de 2006

Modelos matemáticos vão estudar a poluição do ar em São Paulo no nível local e global
(imagem: Laboratório Master)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - O Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (IAG/USP) utiliza vários modelos para entender a poluição nos céus da Região Metropolitana de São Paulo. Em todos os casos, o objetivo é conseguir novos resultados científicos e também ajudar na mitigação dos efeitos da poluição sobre a saúde humana.

No IAG, o grupo do Laboratório Master (Meteorologia Aplicada a Sistemas de Tempo Regionais) trabalha em simulações matemáticas específicas com uma abordagem regional. O modelo desenvolvido pela professora Fátima Andrade, entretanto, visa a entender os aspectos fotoquímicos dos poluentes.

"Nossa visão é regional e, para isso, temos uma série de modelos já validados", explica Edmilson Dias de Freitas, do Laboratório Master, à Agência FAPESP. O pesquisador será uma das pontes do Programa de Pesquisa Urbana em Meteorologia e Meio Ambiente da Organização Meteorológica Mundial (WMO, na sigla em inglês), uma das agências da Organização das Nações Unidas (ONU).

Depois de desenvolver programas piloto em cidades como Pequim, na China, e Moscou, na Rússia, os olhos dos cientistas internacionais se voltam à América Latina. E não é para menos. Os números das três cidades mais poluídas da região são categóricos.

Enquanto a Cidade do México tem uma emissão média anual de 60 microgramas por metro cúbico ao ano, Santiago, no Chile, tem 65 microgramas. São Paulo está um pouco abaixo, com 49 microgramas. O padrão internacional aceito como ideal é de 50 microgramas por metro cúbico. Em relação à população, são 5,3 milhões vivendo na capital chilena, 17,9 milhões no planalto paulista e 18,1 milhões no platô mexicano.

"Depois de reuniões no México e em Santiago estamos fazendo agora essa em São Paulo, para apresentar o nosso modelo e transferir conhecimento", explicou Gregory Carmichael, pesquisador da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, e chefe científico do programa de observação da poluição climática em zonas urbanas da ONU.

O cientista, que está em São Paulo para participar do Workshop on air Quality Forecasting in Latin American Cities, que termina na sexta-feira (13/1), no IAG/USP, tem uma visão bem clara do que vem a ser um modelo de estudo ideal. Segundo Carmichael, é necessário ter uma visão sistêmica do problema.

"Além do enfoque regional, tem que haver o global. Depois da previsão, o importante é sempre validar os dados a partir de observações de campo. Essa é uma chave importante do problema", disse o pesquisador norte-americano.

O objetivo do programa internacional em São Paulo é funcionar como uma ferramenta metodológica que possa auxiliar na previsão da qualidade do ar na cidade e que, além disso, ajude a entender o impacto global desse problema regional.

Mais informações sobre o programa Global Atmosphere Watch do WMO: www.wmo.ch/index-en.html

Os modelos desenvolvidos pelo Laboratório Master, do IAG, podem ser consultados, e comparados, no endereço: www.master.iag.usp.br


  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.