Relatório especial, produzido por editora do Institute of Physics do Reino Unido, aponta a criação de novas oportunidades para pesquisa e inovação na área no país

Publicação destaca crescimento da pesquisa brasileira em Ciência dos Materiais
21 de outubro de 2014

Relatório especial, produzido por editora do Institute of Physics do Reino Unido, aponta a criação de novas oportunidades para pesquisa e inovação na área no país

Publicação destaca crescimento da pesquisa brasileira em Ciência dos Materiais

Relatório especial, produzido por editora do Institute of Physics do Reino Unido, aponta a criação de novas oportunidades para pesquisa e inovação na área no país

21 de outubro de 2014

Relatório especial, produzido por editora do Institute of Physics do Reino Unido, aponta a criação de novas oportunidades para pesquisa e inovação na área no país

 

Por Elton Alisson

Agência FAPESP – O grupo editorial IOP Publishing, pertencente à principal associação de físicos do Reino Unido – o Institute of Physics (IOP) –, publicou um relatório especial sobre Ciência dos Materiais no Brasil para a Sociedade Brasileira de Pesquisa em Materiais (SBPMat).

Lançado durante a conferência anual da entidade, realizada entre os dias 28 de setembro e 2 de outubro em João Pessoa, na Paraíba, o relatório destaca o crescimento da pesquisa na área no país ao longo das duas últimas décadas.

Com a chamada de capa “Brasil mostra que os materiais importam”, a publicação avalia que o aumento do financiamento para ciência e inovação, combinado com o foco estratégico em novos materiais, está criando novas oportunidades tanto para pesquisa acadêmica como para o desenvolvimento de novos produtos pelas indústrias no país.

“O Brasil investe hoje cerca de R$ 50 bilhões por ano em P&D [pesquisa e desenvolvimento], o equivalente a 1,2% do seu PIB [Produto Interno Bruto], em comparação com apenas R$ 12 bilhões em 2000”, diz a publicação.

“Isso permitiu que as instituições de pesquisa no país investissem em equipamentos modernos para síntese e caracterização de materiais e ganhassem experiência em campos de pesquisa emergentes em Ciência dos Materiais, como nanoestruturas de carbono e eletrônicos flexíveis”, avaliam os autores do relatório.

De acordo com a publicação, muitos dos laboratórios mais bem equipados são abertos a usuários externos atuantes em instituições de pesquisa mas também na indústria, a exemplo do Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP).

Na avaliação dos autores do relatório, o LNLS ajudou a transformar a Ciência dos Materiais no Brasil e hoje cerca de 70% dos experimentos realizados na instituição são voltados para investigar a estrutura e propriedades de materiais.

“Os pesquisadores estão ansiosos agora para ter acesso a duas novas grandes instalações de pesquisa previstas para serem inauguradas no país nos próximos anos: a fonte de radiação síncrotron de terceira geração Sirius, que está sendo construída em Campinas [no LNLS], e as linhas de luz de nêutrons planejadas para o novo reator multipropósito do Brasil [previsto para entrar em funcionamento em 2018 no município de Iperó, no interior paulista]”, estimam.

Área prioritária

A publicação destaca que a Ciência dos Materiais é identificada hoje como uma das áreas prioritárias de apoio à ciência, tecnologia e inovação pelas agências de fomento à pesquisa do país, sejam federais, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ou estaduais, como a FAPESP.

Os autores do relatório exemplificam com dois centros de pesquisa que a FAPESP financia atualmente: o Centro de Pesquisa, Educação e Inovação em Vidros (Cepiv), sediado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e o Centro de Pesquisas Avançadas em Grafeno, Nanomateriais e Nanotecnologia (MackGrafe) que está sendo construído na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

“No centro do campus do Mackenzie, no coração de São Paulo, construtores trabalham para tornar o Mackgrafe totalmente operacional até 2015”, conta a publicação.

Os autores do relatório indicam que outras fundações estaduais têm seguido o exemplo da FAPESP, como as dos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro. E que o maior desafio para a pesquisa de materiais no país é a necessidade de mais cientistas.

“Temos oportunidades para atacar problemas, mas no momento o tamanho da comunidade científica é um fator limitante”, disse Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da FAPESP, para a publicação.

A inovação também passou a ser prioridade no país e as agências de fomento à pesquisa brasileiras estão cada vez mais pedindo aos cientistas para pensarem mais sobre como suas pesquisas podem impulsionar o desenvolvimento econômico e social do país, ressaltam os autores do relatórios.

“Alguns dos projetos financiados pela FAPESP requerem pesquisadores para trabalhar com a indústria ou para procurar aplicações específicas”, declarou Brito Cruz à publicação. “Em todos os casos, devem demonstrar excelência em pesquisa”, afirmou.

O relatório pode ser lido em mag.digitalpc.co.uk/fvx/iop/scienceimpact/BMRS2014/.
 

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