Proteção outonal
13 de outubro de 2003

Com a chegada do outono no Hemisfério Norte, as cores das folhas das florestas temperadas passam a ficar avermelhadas. Um estudo realizado por pesquisadores da Noruega mostra que essa transformação pode significar uma camuflagem para manter os predadores afastados

Proteção outonal

Com a chegada do outono no Hemisfério Norte, as cores das folhas das florestas temperadas passam a ficar avermelhadas. Um estudo realizado por pesquisadores da Noruega mostra que essa transformação pode significar uma camuflagem para manter os predadores afastados

13 de outubro de 2003

 

Agência FAPESP - O cenário é característico. Em regiões temperadas do globo, as cores das folhas das árvores deixam de ficar verdes quando chega a estação do outono. Surge na paisagem uma predominância de tons avermelhados ou dourados, dependendo da espécie. Em termos ecológicos, os cientistas ainda não têm uma teoria conclusiva para explicar os motivos dessa transformação.

Acadêmicos da Universidade de Tromso, na Noruega, obtiveram novos dados a respeito dessas mudanças de cores. Os resultados do estudo nórdico estão publicados na edição atual da Ecology Letters. O trabalho corrobora a tese de dois cientistas britânicos, ambos da Universidade de Oxford, Inglaterra.

Para o grupo, quanto mais a floresta adquire tons outonais, mais ela estará protegida do ataque de pragas de insetos. A mudança de cor, para os cientistas, é um sinal emitido pelos vegetais para os artrópodos. A mensagem é que a produção primária de energia pelas plantas, via fotossíntese, foi interrompida.

Como o suplemento alimentar das árvores, nessa fase, pode ficar seriamente comprometido se elas sofrerem um ataque de alguma praga, os vegetais usam a estratégia de mudar de cor para se tornarem menos atrativos aos seus predadores. Os novos tons servem para indicar a chegada da fase da senescência.

A partir de dados empíricos, os noruegueses conseguiram comprovar a relação entre mudança de cor e um menor número de folhas destruídas. Como essas respostas variam de espécie para espécie, e também existem várias outras teorias que tentam explicar essas alterações de cor, os próprios autores do trabalho defendem a necessidade de novos estudos para considerar real a teoria da camuflagem.


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