O ouriço-do-mar, apesar de inofensivo, pode causar acidentes aos mais desavisados
(foto: Alvaro Migotto)

Proteção marinha
01 de fevereiro de 2005

Pesquisadores paulistas publicam cartilha que explica como prevenir e cuidar de acidentes com organismos marinhos. Em São Paulo, maior número de ocorrências é provocada pelo ouriço-do-mar

Proteção marinha

Pesquisadores paulistas publicam cartilha que explica como prevenir e cuidar de acidentes com organismos marinhos. Em São Paulo, maior número de ocorrências é provocada pelo ouriço-do-mar

01 de fevereiro de 2005

O ouriço-do-mar, apesar de inofensivo, pode causar acidentes aos mais desavisados
(foto: Alvaro Migotto)

 

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Ouriço-do-mar, águas-vivas e bagres. Com alguns cuidados bem simples – e um pouco de conhecimento sobre o hábitat desses organismos marinhos – fica fácil evitar que ocorra qualquer tipo de acidentes com eles.

Para prevenir e tomar os primeiros cuidados em relação a animais marinhos, pesquisadores de São Paulo resolveram montar uma cartilha que informe as pessoas que vão à praia nesse verão. Mesmo mergulhadores amadores e pescadores precisam tomar algumas medidas básicas para não ter prejuízos nas horas de lazer.

No litoral Norte de São Paulo, segundo o material assinado por Alvaro Migotto do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo, Shirley de Souza, do Instituto Terra & Mar, e Vidal Haddad Junior da Universidade Estadual Paulista em Botucatu, 50% das ocorrências são provocadas pelos ouriços-do-mar. Os espinhos desses invertebrados podem entrar na pele dos seres humanos ao pisar ou esbarrar neles.

"Os ouriços são responsáveis por 50% dos acidentes e os bagres e águas-vivas juntos por quase todo o resto das ocorrências", disse Migotto à Agência FAPESP. Como os ouriços vivem praticamente fixos sobre rochas ou no fundo arenoso das praias não é muito complicado evitá-los.

Andar com os pés protegidos, por exemplo, quando se caminha sobre os costões rochosos é uma decisão sensata. Os espinhos do ouriço liberam substâncias irritantes na pele. O mais indiciado, depois do acidente, é procurar auxílio médico para que a assepsia do local seja bem feita. A dor pode ser minimizada com banhos de água quente do local afetado.

No caso das águas-vivas e caravelas o banhista deve simplesmente evitar o local quando grupos desses animais forem vistos. O cuidado deve ser maior com as crianças, que são mais sensíveis às substâncias tóxicas liberadas por esses invertebrados.

As águas-vivas são mais difíceis de serem vistas, mas a grande maioria delas é pequena e inofensiva. No caso das caravelas, também conhecida como bexiguinhas, elas podem ser identificadas com facilidade acima da lâmina de água.

É preciso tomar cuidado também na hora da caminhada na beira da praia para não pisar, por exemplo, em bagres mortos devolvidos pelo mar. O veneno desses peixes, quando inoculado na pele, pode trazer problemas sérios. O melhor a fazer nesses casos é mergulhar o ferimento em água quente por 30 a 90 minutos e correr para o médico. Os pescadores também devem ter cuidado ao manipular os bagres, peixes muito comuns em águas brasileiras.

Além dos animais marinhos que mais causam problemas aos seres humanos dentro no mar ou próximo a ele, o folheto organizado pelos pesquisadores também aborda a prevenção de acidentes e os cuidados que devem ser tomados com esponjas, polvos, moréias, peixes-escorpião e raias.

O texto da publicação pode ser consultado na íntegra no site do Centro de Biologia Marinha da USP, em www.usp.br/cbm.


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