Vacina para proteção contra o papilomavírus humano, que também foi testada em mulheres brasileiras, acaba de ser liberada para uso comercial nos Estados Unidos. Expectativa é que seja aprovada no Brasil ainda este ano
Vacina para proteção contra o papilomavírus humano, que também foi testada em mulheres brasileiras, acaba de ser liberada para uso comercial nos Estados Unidos. Expectativa é que seja aprovada no Brasil ainda este ano
Agência FAPESP - Mulheres norte-americanas que ainda não tiveram contato com o papilomavírus humano (HPV), microrganismo que pode causar câncer de colo do útero, contam agora com uma tecnologia biológica bastante potente para passar toda a vida imune.
O Food and Drug Administration (FDA), órgão do governo dos Estados Unidos que fiscaliza alimentos e medicamentos, aprovou, na semana passada, a liberação para uso comercial de uma vacina contra o HPV. O produto, com nome comercial Gardasil, foi testado em vários países, inclusive no Brasil.
"Nossa expectativa é que essa vacina seja aprovada até o fim do ano também no Brasil. A Anvisa [ Agência Nacional de Vigilância Sanitária] já está analisando o material recebido da fabricante, a Merck Sharp Domme", disse Luisa Villa, do Instituto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer. A pesquisadora coordenou os testes realizados no Brasil, que envolveram, na fase clínica, 25 mil voluntárias.
A vacina serve para proteger mulheres que nunca tiveram contato com o HPV, que é transmitido por via sexual. O produto, nos Estados Unidos, foi aprovado para ser aplicado em mulheres entre 9 e 26 de anos de idade. Imunizar antes do início da vida sexual é uma estratégia considerada positiva pelos responsáveis pelos estudos.
"Trata-se de uma vacina quadrivalente contra quatro tipos de vírus HPV, conhecidos pelo números 6, 11, 16 e 18", explica Luisa. Segundo a pesquisadora, também na semana passada, durante a 42ª Reunião Anual da Sociedade Norte-Americana de Clínica Oncológica, outros resultados considerados excelentes foram apresentados à comunidade científica.
Novos testes com o mesmo produto revelaram que ele também pode ser útil para a proteção contra outros tipos de câncer vaginal, também associados com o HPV. Assim como ocorreu com o câncer de colo do útero, a proteção das mulheres que receberam as doses da vacina foi de 100%. Esses outros tipos de teste foram feitos em 18.150 mulheres, nas Américas, Europa e Ásia.
O câncer do colo de útero mata todos os anos cerca de 240 mil mulheres no mundo. Mais de 70% desses casos são causados diretamente pelo HPV. Apesar da existência da vacina, a forma mais fácil de detectar a infecção e curá-la logo no início é a visita anual ao ginecologista.
Segundo a Merck Sharp Domme, a série com três doses deverá custar em torno de US$ 360. A entrada da vacina no mercado será regulamentada em reunião coordenada pelo governo norte-americano, marcada para 29 de junho.
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