Objetivo é identificar biomarcadores que permitam detectar precocemente alterações no neurodesenvolvimento, de modo a possibilitar que as crianças atinjam seu potencial cognitivo máximo (foto: Pexels/Pixabay)

Projeto que estuda desenvolvimento cognitivo e emocional nos primeiros mil dias de vida busca voluntários
09 de março de 2022

Objetivo é identificar biomarcadores que permitam detectar precocemente alterações no neurodesenvolvimento, de modo a possibilitar que as crianças atinjam seu potencial cognitivo máximo

Projeto que estuda desenvolvimento cognitivo e emocional nos primeiros mil dias de vida busca voluntários

Objetivo é identificar biomarcadores que permitam detectar precocemente alterações no neurodesenvolvimento, de modo a possibilitar que as crianças atinjam seu potencial cognitivo máximo

09 de março de 2022

Objetivo é identificar biomarcadores que permitam detectar precocemente alterações no neurodesenvolvimento, de modo a possibilitar que as crianças atinjam seu potencial cognitivo máximo (foto: Pexels/Pixabay)

 

Agência FAPESP* – Entender como as crianças desenvolvem capacidades cognitivas e emocionais durante os primeiros mil dias de vida é o objetivo de um consórcio internacional intitulado The First 1.000 Days. O grupo pretende criar um repositório com dados de aproximadamente 3 mil bebês, que servirá de base para pesquisas em diversas áreas.

A Universidade de São Paulo (USP) é o polo brasileiro da iniciativa, que ocorre simultaneamente em mais nove centros ao redor do mundo. Sob a coordenação do professor Guilherme Polanczyk, da Faculdade de Medicina, os pesquisadores da USP criaram o Projeto Germina, que vai acompanhar o desenvolvimento de 500 crianças de 3 meses a 3 anos de idade durante três anos.

Participam outros 14 grupos de pesquisa da universidade, entre eles o Laboratório de Modelagem de Doenças do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB-USP), coordenado pela professora Patricia Beltrão-Braga.

O projeto parte da premissa de que 20% das crianças não atingem todo o seu potencial cognitivo. Esse contingente representa 80% dos adultos que necessitarão de alguma forma de assistência social ou econômica. O objetivo do Germina é identificar biomarcadores que permitam detectar precocemente alterações no neurodesenvolvimento usando, por exemplo, parâmetros como a linguagem e as funções executivas (relacionadas a atenção, concentração, organização, planejamento, memória, controle emocional e resolução de problemas).

“A partir dos resultados gerados será possível implementar estratégias de intervenção para fazer com que essas crianças atinjam seu potencial máximo. Escolhemos a faixa etária do 0 aos 3 anos de idade por ser uma fase em que o cérebro está muito plástico, apto a acatar a maior parte dos estímulos”, explica Beltrão-Braga, subcoordenadora do Germina.

As análises serão feitas com base em crianças neurotípicas, ou seja, que não possuem problemas no neurodesenvolvimento. Também serão considerados, no âmbito internacional da pesquisa, fatores socioeconômicos, culturais e ambientais das crianças.

“Poderemos verificar o impacto de muitas variáveis. Se a criança se alimenta corretamente, ou tem alguma restrição alimentar, seja por questões financeiras ou culturais; se tem acesso a celulares e tablets desde os primeiros dias de vida; se vive em uma zona muito poluída; se é estimulada à arte e à cultura na escola; se foi feito o pré-natal corretamente. Poderemos ver tudo isso e muito mais”, conta a pesquisadora.

Até o momento, cerca de cem bebês já participam do Germina e os pesquisadores da USP estão em busca de mais voluntários.

Mães residentes em São Paulo, entre 20 e 45 anos de idade, que tiveram seus filhos com pelo menos 37 semanas de gestação, podem inscrevê-los para participar de cinco encontros, nos quais serão coletadas amostras de fezes, saliva, leite materno e realizados eletroencefalogramas e atividades com bebês.

Os procedimentos não oferecem risco, os pais permanecem todo o período com as crianças e terão acesso a todos os resultados diretamente ligados aos seus filhos.

As famílias interessadas devem preencher as informações em formulário on-line.

* Com informações da Assessoria de Comunicação do ICB-USP.
 

  Republicar
 

Republicar

A Agência FAPESP licencia notícias via Creative Commons (CC-BY-NC-ND) para que possam ser republicadas gratuitamente e de forma simples por outros veículos digitais ou impressos. A Agência FAPESP deve ser creditada como a fonte do conteúdo que está sendo republicado e o nome do repórter (quando houver) deve ser atribuído. O uso do botão HMTL abaixo permite o atendimento a essas normas, detalhadas na Política de Republicação Digital FAPESP.