Startup de professores e estudantes da Universidade de Taubaté vai representar o Brasil em competição de inovação em bioeconomia, em outubro (foto: Fernando Cunha/Agência FAPESP)

Projeto de produção de energia a partir de efluentes vence etapa nacional do G-BIB
05 de julho de 2017

Startup de professores e estudantes da Universidade de Taubaté vai representar o Brasil em competição de inovação em bioeconomia, em outubro

Projeto de produção de energia a partir de efluentes vence etapa nacional do G-BIB

Startup de professores e estudantes da Universidade de Taubaté vai representar o Brasil em competição de inovação em bioeconomia, em outubro

05 de julho de 2017

Startup de professores e estudantes da Universidade de Taubaté vai representar o Brasil em competição de inovação em bioeconomia, em outubro (foto: Fernando Cunha/Agência FAPESP)

 

Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – O sistema inovador que consegue produzir biogás, biofertilizantes e enxofre, a partir da fermentação anaeróbica de efluentes, foi o vencedor da etapa nacional da Global Biobased Business Competition (G-BIB), disputada no auditório da FAPESP no dia 3 de julho. A competição entre estudantes de mestrado e doutorado seleciona o melhor modelo de negócios baseado na produção sustentável nas áreas de biocombustíveis e biomateriais.

A SANergya, startup de professores e estudantes da Universidade de Taubaté, terá agora quatro meses para aprimorar a apresentação e o plano de negócios para a final internacional, com equipes da Alemanha e Holanda, disputada durante a Brazilian BioEnergy Science and Technology Conference (BBEST) 2017 – evento promovido pelo Programa FAPESP de Pesquisa em Bioenergia (BIOEN) entre os dias 17 e 19 de outubro, em Campos do Jordão, São Paulo. A equipe vencedora receberá o prêmio de € 10 mil para executar o projeto de negócio que desenvolveu.

De acordo com Ederaldo Godoy Junior, orientador do projeto da SANergya, no sistema convencional de biodigestão de efluentes, o biogás é tratado em filtros que, com o tempo, saturam, gerando um passivo ambiental indesejável para as empresas. “Desenvolvemos um modelo de negócios para um sistema inovador, que também usa biorreatores e bactérias, sem criar passivo ambiental e que valoriza os subprodutos da biometanização. Conseguimos tratar o biogás oriundo de efluentes e convertemos o sulfeto de hidrogênio [H2S], a parte corrosiva do biogás, em enxofre elementar, de grande interesse para a agroindústria”, disse à Agência FAPESP.

Godoy Junior afirma que pretende também inscrever o projeto de produção ecoeficiente de biometano no Programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE),da FAPESP. “Com a vitória na etapa nacional da G-BIB, nosso projeto vai aparecer mais e atrair investidores”, disse.

Inovação em bioeconomia

Em sua primeira edição, a G-BIB reúne estudantes de mestrado e doutorado de universidades da Alemanha, Holanda e do Brasil e é promovida pelo BioInnovation Growth Mega-Cluster (BIG-C) – consórcio de instituições públicas e privadas líderes em biocombustíveis da Alemanha, Holanda e Bélgica. O objetivo do consórcio é organizar e integrar as iniciativas em bioeconomia (economia que reúne setores que utilizam recursos biológicos de forma sustentável) nesses países.

“A importância desse tipo de competição é estimular os estudantes a pensar em negócios que levem em conta o conceito de bioeconomia. E isso deve ir além: é preciso pensar em como e quando nossos negócios podem ter bioeconomia”, disse Patricia Osseweijer do BIG-C Holanda.

Os jurados afirmaram que os participantes tiveram ideias muito originais de negócio, mas algumas propostas ainda estavam muito imaturas. “Em alguns casos era preciso ainda maior aprofundamento para a criação de bons planos de negócio, principalmente para a competição internacional”, disse Osseweijer.

A etapa brasileira contou no total com a participação de 18 equipes inscritas. Entre elas foram selecionadas oito finalistas que se apresentaram no dia 3 de julho, no auditório da FAPESP, onde a SANergya, da Universidade de Taubaté (Unitau), formada pelos professores Ederaldo Godoy Junior, Arcione Ferreira Viagi e pelos alunos Fabrico Farinassi e Rafaela Cunha, do mestrado em Engenharia Mecânica, saiu como grande vencedora nacional.

Antes da final, os competidores participaram da masterclass no dia 10 de maio, em que aprenderam a estruturar um modelo de negócios baseado em Canvas – uma ferramenta de planejamento estratégico que permite desenvolver e esboçar modelos de negócios novos ou já existentes – com o auxílio de um mentor com experiência na criação de empresas nascentes de base tecnológica (startups).

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