Trabalho sobre ruralidade e globalização rende prêmio ao professor José Eli da Veiga
(foto:IEA)

Professor da FEA ganha Prêmio Milton Santos
24 de maio de 2005

Artigo sobre ruralidade e globalização faz de José Eli da Veiga o ganhador da segunda edição da premiação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Desenvolvimento Urbano e Regional

Professor da FEA ganha Prêmio Milton Santos

Artigo sobre ruralidade e globalização faz de José Eli da Veiga o ganhador da segunda edição da premiação da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Desenvolvimento Urbano e Regional

24 de maio de 2005

Trabalho sobre ruralidade e globalização rende prêmio ao professor José Eli da Veiga
(foto:IEA)

 

Agência FAPESP - O artigo Destinos da ruralidade no processo de globalização rendeu ao professor José Eli da Veiga, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), a segunda edição do Prêmio Milton Santos. A cerimônia de entrega da premiação está marcada para quarta-feira (25/5), em Salvador.

O concurso, que leva o nome de um dos maiores geógrafos brasileiros, morto em 2001 aos 75 anos, é iniciativa da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Desenvolvimento Urbano e Regional (Anpur). Esta semana, na capital da Bahia, ocorre o 11º encontro nacional da sociedade.

Professor titular da FEA, José Eli da Veiga publicou livros que abordam a questão rural e também da globalização, como "A face rural do desenvolvimento", "O desenvolvimento agrícola, uma visão histórica", "Do global ao local" e "Desenvolvimento sustentável", lançado em 2005.

Com doutorado pela Universidade Paris I, o pesquisador ocupou cargos no Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, na superintendência regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em São Paulo, e na Secretaria Estadual de Agricultura, onde atuou como diretor do Instituto de Assuntos Fundiários. O artigo que lhe rendeu o Prêmio Milton Santos está publicado no número 51 da revista Estudos Avançados.

"Na atual etapa da globalização, a ruralidade dos países avançados não desapareceu, nem renasceu, fazendo com que as duas hipóteses fossem ao mesmo tempo parcialmente verificadas e refutadas, o que leva à formulação de uma terceira: o mais completo triunfo da urbanidade engendra a valorização de uma ruralidade que não está renascendo, e sim nascendo", escreveu no artigo premiado.

Para o pesquisador, em regiões rurais dos países desenvolvidos, a globalização atua em duas grandes dimensões contraditórias. Uma de caráter econômico, que envolve as cadeias produtivas, comércio e fluxos financeiros, e outra de cunho ambiental, que envolve tanto as bases das amenidades naturais quanto fontes de energia e biodiversidade.

"A ação simultânea dessas duas tendências parece ter um duplo efeito sobre a ruralidade. De um lado, faz com que aquele rural ‘profundo’ seja cada vez mais conservado. Por outro, faz com que o rural "acessível’ abrigue novas dinâmicas socioeconômicas", disse.

Milton Santos sempre fez críticas ao processo de globalização em seus últimos textos. Ele preferia usar o termo globalitarismo. "Porque estamos vivendo uma nova fase de totalitarismo", justificava sempre o pesquisador, que também era dos quadros da USP.

"O sistema político utiliza os sistemas técnicos contemporâneos para produzir a atual globalização, conduzindo-nos para formas de relações econômicas implacáveis, que não aceitam discussão, que exigem obediência imediata, sem a qual os atores são expulsos da cena ou permanecem dependentes, como se fossem escravos de novo. Escravos de uma lógica sem a qual o sistema econômico não funciona. Que outra vez, por isso mesmo, acaba sendo um sistema político", escreveu Santos.

Para ler o artigo premiado pela Anpur, clique aqui.


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