Castanha-do-brasil pode ser uma boa alternativa para projetos de reflorestamento
(foto:divulgação)

Produto tipo exportação
17 de maio de 2005

A castanha-do-brasil nativa está proibida de ser explorada, mas o plantio da árvore para reflorestamento na Amazônia é visto por técnicos da Embrapa como uma forma importante de preservar o meio ambiente e garantir renda à população local

Produto tipo exportação

A castanha-do-brasil nativa está proibida de ser explorada, mas o plantio da árvore para reflorestamento na Amazônia é visto por técnicos da Embrapa como uma forma importante de preservar o meio ambiente e garantir renda à população local

17 de maio de 2005

Castanha-do-brasil pode ser uma boa alternativa para projetos de reflorestamento
(foto:divulgação)

 

Agência FAPESP - Reflorestar regiões amazônicas com castanha-do-brasil (Bertholletia excelsa), também conhecida como castanha-do-pará. Para os técnicos da Embrapa Rondônia, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, essa é uma boa alternativa para a região amazônica.

A árvore, que teve sua exploração proibida por um decreto federal para exemplares nativos, pode se tornar uma forma importante de preservar o meio ambiente e também garantir renda à população local.

Para Marília Locatelli, pesquisadora da Embrapa Rondônia, é preciso que se criem políticas de estímulo destinadas ao produtor extrativista que queira trabalhar com o fruto. A partir disso, seria mais viável manter o homem na floresta, aumentar a produção, principalmente para a exportação, e preservar o meio ambiente. "No caso da Amazônia, várias das espécies nativas precisam de mais investimento para o plantio", disse a pesquisadora à Agência FAPESP.

Os grandes usos das castanheiras seriam em áreas com solos de baixa fertilidade ao lado de outras espécies florestais. Outra opção estaria no reflorestamento em sistemas agroflorestais. Em 2004, segundo a Companhia Nacional Brasileira (Conab), o Brasil obteve R$ 21,6 milhões com a exportação de cerca de 13 mil toneladas de castanha-do-brasil, principalmente para os Estados Unidos e a Europa.

Segundo a Embrapa Rondônia, não é apenas o obstáculo político que precisa ser vencido. Em termos técnico, os produtores devem observar, nos processos de colheita e processamento, a quantidade de aflatoxina das castanhas, por exemplo.

Essa substância tóxica, que surge quando os frutos ficam por muito tempo amontoados no pé da castanheira aguardando o transporte, não pode estar presente em mais de 0,05 parte por milhão. Acima desse limite, o produto não será aceito pelos países da União Européia, que costumam comprar castanha brasileira. Outra preocupação deve ser sempre a de adquirir sementes oriundas de árvores sadias e de alta produtividade.

O uso da castanheira é múltiplo. As amêndoas do fruto são ricas em proteínas, lipídios e vitaminas, podendo também ser consumidas ou usadas para extração de óleo. A madeira da árvore é usada na construção civil leve, servindo para assoalhos, forros e embalagens.

As árvores da castanha, que costumam ter 50 metros de altura e 2 metros de diâmetro, são encontradas na Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia e Guianas. A maior parte, entretanto, ainda está em território brasileiro. As concentrações do vegetal estão nos estados do Pará, Amazonas, Acre, Maranhão, Mato Grosso, Rondônia, Amapá e Roraima.


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