Pesquisa feita na Unesp compara as diferenças na produção de rebanho caprino confinado e extensiva para a produção de leite e carne (foto: Unesp)

Produtividade e economia
12 de janeiro de 2010

Pesquisa feita na Unesp compara as diferenças na produção de rebanho caprino confinado e extensiva para a produção de leite e carne

Produtividade e economia

Pesquisa feita na Unesp compara as diferenças na produção de rebanho caprino confinado e extensiva para a produção de leite e carne

12 de janeiro de 2010

Pesquisa feita na Unesp compara as diferenças na produção de rebanho caprino confinado e extensiva para a produção de leite e carne (foto: Unesp)

 

Por Fabio Reynol

Agência FAPESP – A produção de leite de cabras criadas em pasto recebendo concentrado – um preparado de minerais e proteínas –garantiu uma produção 160% maior em comparação ao rebanho sem a suplementação. Em contrapartida, o custo da alimentação por litro de leite para as cabras que não receberam o concentrado ficou 75% menor que os gastos alimentares com as cabras suplementadas.

Essa foi uma das conclusões da pesquisa coordenada pelo professor Heraldo César Gonçalves, do Departamento de Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu.

Durante quase dois anos, o grupo fez experimentos na Fazenda Lageado, pertencente à faculdade, com apoio da FAPESP na categoria Auxílio à Pesquisa – Regular para o projeto “Sistema de produção de caprinos de leite e carne a pasto”.

Segundo Gonçalves, o trabalho é importante para o produtor ter mais informações na hora de escolher o melhor modo de criação, de acordo com suas possibilidades e objetivos. “Não há um modo ideal para se criar os rebanhos, ambos apresentam vantagens e desvantagens”, afirmou.

As diferenças não estão somente na quantidade e no custo do leite, mas também na qualidade. A equipe averiguou que o leite dos animais de pasto contém mais matéria seca. Isso significa maiores teores de proteínas, gordura e lactose. Já os animais confinados produzem leite menos concentrado, devido à produção maior promovida pelo confinamento.

Entre as raças analisadas, a alpina foi a que apresentou maior produção, fornecendo entre 2 e 2,5 litros por dia. Em compensação, os exemplares dessa raça exigem uma dieta com suplementos e, portanto, mais cara, além de serem menos tolerantes ao calor, por causa de sua origem europeia.

Outro grupo racial analisado, fruto do cruzamento da alpina com a raça boer, apresentou leite com maior teor de lactose e de extrato seco desengordurado. Os animais desse grupo também têm carne de melhor qualidade além de maior potencial de ganho de peso durante a fase final da engorda em sistema de confinamento.

Outro foco da pesquisa foi a comparação entre dois períodos de desmame: aos 120 dias e sem suplementação alimentar e aos 60 dias com suplementação. Os pesquisadores concluíram que a dieta suplementar compensa o estresse do desmame e da falta da mãe e do leite. Os cabritos desse grupo também tiveram maior desenvolvimento muscular e distribuição de gordura mais adequada.

Diferenças na carne

A produção de animais para o abate também foi particularmente analisada. De acordo com a pesquisa, as cabras confinadas apresentaram carne de melhor qualidade. “A carcaça tem melhor distribuição de gordura, o que resulta numa aparência melhor na hora da comercialização”, disse Gonçalves.

Os animais soltos apresentaram carcaças mais magras, com menor volume de carne e gordura. O pesquisador esclarece que a principal vantagem dessa distribuição física está na aparência da carne. “O consumidor tende a comprar carnes que considera mais bonitas”, indicou. Por esse motivo, a criação em confinamento de caprinos de corte é mais lucrativa ao produtor.

A despeito dos resultados da pesquisa, Gonçalves aconselha o produtor a analisar o seu próprio caso e optar pelo tipo de criação que se adaptar melhor aos seus objetivos e às suas condições de manejo.
 

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