Livro descreve as influências da genética e do ambiente para a formação da inteligência humana
Livro de José Aparecido Da Silva, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da USP, descreve as influências da genética e do ambiente para a formação da inteligência humana
Livro de José Aparecido Da Silva, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, da USP, descreve as influências da genética e do ambiente para a formação da inteligência humana
Livro descreve as influências da genética e do ambiente para a formação da inteligência humana
Agência FAPESP - Qual a influência da genética e do ambiente sobre a inteligência humana? Nós herdamos a inteligência, tal como herdamos a cor dos olhos ou a altura? A inteligência é estável ao longo da vida? E, afinal de contas, o que é a inteligência?
O livro Inteligência: Resultado da Genética, do Ambiente ou de Ambos? procura responder essas e outras perguntas complexas e às vezes sem respostas. Também traça um histórico das contribuições dos principais especialistas que se aprofundaram no assunto e discute por que algumas pessoas são mais inteligentes do que outras.
"Sem dúvida as duas variáveis, genética e ambiente, influenciam a inteligência dos indivíduos", diz o autor da obra, José Aparecido Da Silva, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), da Universidade de São Paulo (USP), à Agência FAPESP. "A inteligência humana sofre fortes influências genéticas que aumentam com o passar dos anos para que, em contrapartida, as influências ambientais sobre a inteligência possam diminuir."
Para Da Silva, a influência genética na inteligência aumenta com a idade. Uma criança destina 40% de sua herança genética para a inteligência. Na adolescência, esse número aumenta para 60% e, na fase adulta, chega a sofrer uma influência genética de 80%. "Quanto mais velhos, mais utilizamos o nosso patrimônio genético para tomar decisões", resume o pesquisador, que foi coordenador científico da área de psicologia no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
O autor explica que existem dois tipos de ambientes que contribuem para o aprimoramento da inteligência: o compartilhado e o não-compartilhado. O primeiro é determinado pelos padrões familiares e tende a desaparecer quando o indivíduo atinge a independência da fase adulta. "A influência desse tipo de ambiente é muito pequena ao longo da vida, pois termina assim que o indivíduo perde o vínculo com os pais", diz.
A influência do ambiente não compartilhado, a mais importante, permanece constante em todas as faixas etárias. "Esse ambiente reflete as vivências pessoais de um indivíduo, sendo responsável por até 20% do desenvolvimento mental de uma pessoa. Esse é o ambiente que nos faz diferentes e contribui para o melhoramento das nossas habilidades", conta Da Silva.
A partir desses conceitos, o leitor pode questionar se é possível ensinar a inteligência, tal como se ensina leitura ou aritmética. O professor da USP responde: "A inteligência geral, que nasce com o indivíduo e permanece durante toda a vida, não. O que aprendemos são habilidades mentais específicas, o que alguns chamam de inteligência, como jogar xadrez ou ter uma profissão. Isso simplesmente ajuda a compor a nossa inteligência geral."
O livro ressalta que é preciso distinguir a inteligência geral, mais conhecida como fator ‘g’, das habilidades específicas adquiridas com o ambiente. A inteligência geral não se modifica ao longo da vida. Sua origem é altamente herdável e vem dos genes dos pais.
"Se um indivíduo nasce com um QI [quociente de inteligência] alto, por exemplo, ele continuará com seu QI alto para o resto da vida. Isso ocorre, talvez, porque o ser humano ainda tem um conhecimento limitado e não descobriu os mecanismos para melhorar sua inteligência", diz Da Silva.
O livro Inteligência: Resultado da Genética, do Ambiente ou de Ambos? teve apoio da FAPESP, na modalidade Auxílio a Publicação.
Mais informações: editoralovise@uol.com.br ou jadsilva@ffclrp.usp.br.
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