Cientistas afirmam que a mortalidade infantil devido ao câncer tem aumentado em países em desenvolvimento e que a questão não tem sido conduzida devidamente pelas organizações de saúde internacionais (foto: ONU)

Problema crescente
09 de junho de 2005

Cientistas afirmam que a mortalidade infantil devido ao câncer tem aumentado em países em desenvolvimento e que a questão não tem sido conduzida devidamente pelas organizações de saúde internacionais

Problema crescente

Cientistas afirmam que a mortalidade infantil devido ao câncer tem aumentado em países em desenvolvimento e que a questão não tem sido conduzida devidamente pelas organizações de saúde internacionais

09 de junho de 2005

Cientistas afirmam que a mortalidade infantil devido ao câncer tem aumentado em países em desenvolvimento e que a questão não tem sido conduzida devidamente pelas organizações de saúde internacionais (foto: ONU)

 

Agência FAPESP - A dimensão do câncer como um fator de mortalidade infantil em países em desenvolvimento é um problema que não tem sido tratado adequadamente por organizações de saúde nacionais ou internacionais. A afirmação é de pesquisadores do St. Jude Children’s Research Hospital, nos Estados Unidos.

Segundo a instituição, parcerias com instituições de países desenvolvidos são alternativas que poderiam melhorar o tratamento a crianças com câncer em regiões menos favorecidas do globo. O aumento do problema, afirmam os pesquisadores, está ocorrendo simultaneamente à medida que cai o número de mortes por doenças infecciosas, resultado dos esforços de entidades como a Organização Mundial de Saúde (OMS).

"Mais de 60% das crianças do mundo têm pouco ou nenhum acesso a terapias eficientes contra o câncer. As taxas de sobrevivência nesses casos são muito inferiores às encontradas em países com sistemas de saúde mais avançados", disse Ching-Hon Pui, diretor da Divisão de Leucemia e Linfomas do hospital norte-americano. "Apesar disso, a OMS e outras organizações internacionais nem ao menos listam doenças crônicas, como o câncer, como prioridades em suas agendas."

Pui é um dos autores de um editorial sobre desigualdades geográficas no tratamento do câncer pediátrico publicado na edição de 26 de maio do New England Journal of Medicine.

O pesquisador afirma que a decisão das entidades de saúde internacionais em direcionar seus esforços ao combate a doenças infecciosas tem deixado muitas crianças com câncer em regiões da Ásia, América Central, América do Sul, África e Oriente Médio sem acesso a tratamentos efetivos.

A crescente taxa de mortalidade causada pelo câncer infantil em países em desenvolvimento é considerada ainda mais trágica pela existência de estratégias que poderiam reverter o problema. Uma delas é o processo de cooperação entre instituições, que tem sido conduzido em diversos países por iniciativa da Sociedade Internacional de Oncologia Pediátrica e de entidades norte-americanas e européias.

O programa recruta oncologistas dos países em que é aplicado para dirigir as iniciativas locais. As instituições dos países mais ricos entram com apoio científico e medicamentos. Um exemplo está sendo conduzido em partes da África, com o tratamento de crianças com linfoma de Burkitt – que atinge áreas fora do sistema linfático, como a medula óssea, o sangue e o sistema nervoso central – com ciclofosfamida.

Outra alternativa que poderia amenizar o problema, segundo os pesquisadores do St. Jude Children’s Research Hospital, é a ampliação da área de abrangência da pesquisa do câncer para incluir casos e experiências de países em desenvolvimento.


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