No ranking das mortes por homicídios, Brasil só está atrás da Colômbia e de El Salvador (foto: Miguel Boyayan)
Estudo da OMS/Fiocruz mostra que 124 pessoas foram assassinadas por dia no Brasil em 2000. No ranking das mortes por homicídios, país só está atrás da Colômbia e de El Salvador. Em 2002, dados preliminares mostram que a situação piorou
Estudo da OMS/Fiocruz mostra que 124 pessoas foram assassinadas por dia no Brasil em 2000. No ranking das mortes por homicídios, país só está atrás da Colômbia e de El Salvador. Em 2002, dados preliminares mostram que a situação piorou
No ranking das mortes por homicídios, Brasil só está atrás da Colômbia e de El Salvador (foto: Miguel Boyayan)
Agência FAPESP - O número de homicídios no Brasil não pára de crescer. Pelo mais recente estudo da Organização Mundial de Saúde (OMS), com dados referente ao ano de 2000, o país estava em uma triste terceira posição no ranking mundial de mortes por assassinato, atrás apenas da Colômbia e de El Salvador.
Os dados, divulgados por meio de uma pesquisa publicada nos Cadernos de Saúde Pública, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, da Fundação Oswaldo Cruz, mostram que 45.343 pessoas foram assassinadas no Brasil em 2000.
O estudo, que analisou os perfis de morte por diversas causas externas, revela ainda que os assassinatos estão muito à frente da segunda causa, os acidentes de trânsito, responsáveis por 29.640 mortes no ano analisado.
Se a situação já era ruim, ela piorou dois anos depois. "Em 2002, o ano mais recente com dados disponíveis, o total de vítimas de homicídios no país chegou a 49.640, dos quais 92,1% eram homens e 7,9% eram mulheres", disse Vilma Gawryszewski à Agência FAPESP.
A pesquisadora da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo é uma das autoras do artigo, que analisou apenas os dados do ano 2000. Os números de 2002, que atestam o aumento do problema, ainda estão sendo tratados para publicação.
As informações oficiais das declarações de óbitos do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, usadas no estudo mostram que, em 2000, a cada dia 124 pessoas perderam a vida assassinadas. Entre as mortes, 63,5% ocorreram em decorrência do uso de armas de fogo. Para cada morte feminina foram registradas oito masculinas.
O levantamento teve a participação de Maria Koizumi, da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), e de Maria Helena Prado de Mello-Jorge, da Faculdade de Saúde Pública da mesma universidade.
Em relação ao Estado de São Paulo, Vilma acredita que a continuação do Sistema de Vigilância para Homicídios poderia ser uma forma viável para tentar minimizar o problema. O projeto é uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde, a Secretaria de Segurança Pública, a Prefeitura do Município de São Paulo e a Faculdade de Saúde Pública da USP. A idéia é integrar as informações das declarações de óbito e os laudos de necropsia do Instituo Médico Legal (IML) com os boletins de ocorrência policial.
"Com o cruzamento desses dados é possível aumentar a compreensão do problema, na medida em que temos mais variáveis disponíveis para subsidiar políticas públicas que visem à criação de estratégias de prevenção", afirma Vilma. "Informações sobre o uso de álcool entre as vítimas e o local de ocorrência dos homicídios, por exemplo, podem nos ajudar a criar experiências de intervenção mais eficientes."
Para ler o artigo, disponível na biblioteca on-line SciELO (Bireme/FAPESP), clique aqui.
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