Estudo reforça a hipótese de que homem e chimpanzé são bastante próximos em termos evolutivos
(foto: Aaron Logan)
Análise de 63 milhões de pares de base reforça a hipótese da proximidade entre seres humanos e chimpanzés. Esse segundo grupo estaria mais perto do homem do que dos gorilas e orangotangos
Análise de 63 milhões de pares de base reforça a hipótese da proximidade entre seres humanos e chimpanzés. Esse segundo grupo estaria mais perto do homem do que dos gorilas e orangotangos
Estudo reforça a hipótese de que homem e chimpanzé são bastante próximos em termos evolutivos
(foto: Aaron Logan)
Navin Elango, do Instituto de Tecnologia da Georgia, e colaboradores analisaram 63 milhões de pares de base. Com todo esse material genético em mãos, o grupo conseguiu perceber como a taxa molecular da evolução, entre homens e chimpanzés, se comportou ao longo do tempo – o que os cientistas costumam chamar de "relógio molecular".
Os seres humanos começaram a atrasar o seu relógio há cerca de 1 milhão de anos. A estimativa é que há 5 ou 6 milhões de anos os homens e os chimpanzés ainda tinham um mesmo ancestral comum. Esse atraso, que na prática implica gerações mais longas – e que deixa assinaturas moleculares bem características –, foi fundamental para o sucesso da espécie humana.
Após as análises das taxas moleculares, feitas por meio das assinaturas deixadas pelas alterações genéticas, os pesquisadores acertaram as velocidades. O relógio dos seres humanos estaria apenas 3% mais lento que o dos chimpanzés e 11% mais devagar do que o dos gorilas.
Com menos alterações moleculares, o homem aumentou o tempo entre uma geração e outra e pôde desenvolver características fundamentais. Uma gestação feita em mais tempo, por exemplo, resultou em um cérebro maior, que atualmente é três vezes mais volumoso do que o dos demais primatas.
Como os relógios moleculares funcionam em velocidade bem parecida – e os genomas dos dois grupos apresentam uma semelhança de 98,8% –, os pesquisadores não hesitam em defender uma tese polêmica. Esses resultados, segundo eles, dão subsídios para aqueles que querem colocar seres humanos e chimpanzés em um mesmo gênero na árvore evolutiva da vida.
Mas os autores do estudo alertam que, apesar de a amostra de pares de bases analisada ser grande, um estudo com o genoma inteiro pode separar os dois grupos novamente. Ou juntá-los ainda mais.
O artigo Variable molecular clocks in hominoids, de Navin Elango, James W. Thomas e Soojin V. Yi, será publicado no site da Pnas, em www.pnas.org.
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